Brasília, 19/01/2025

‘Se precisarmos retomar a guerra, vamos fazer isso’, afirma Netanyahu

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou em declaração pública na tarde deste sábado (18) que “se precisarmos retomar a guerra, vamos fazer isso, e com mais força do que nunca”. Ele também disse que tanto o presidente atual dos EUA, Joe Biden, quanto o presidente eleito, Donald Trump, “demonstraram apoio total à nossa guerra e, se Israel achar que a segunda fase do acordo não puder ser implementada, eles disseram que entenderiam isso”. Trump também teria, segundo o primeiro-ministro israelense, garantido que Israel terá todas as armas de que precisa.

Durante a fala, Netanyahu usou as expressões “guerra santa” e “Juízo Final”.

Mais cedo, veículos de mídia internacional noticiaram que Netanyahu ameaçava não seguir em frente com o acordo de cessar-fogo se o Hamas não entregasse lista com os nomes dos 33 reféns israelenses que serão libertados na primeira etapa do acordo.

A resolução para suspender o conflito em Gaza foi anunciada na quarta-feira (15) pelo primeiro-ministro do Catar. Também participaram da negociação, como mediadores, Egito e Estados Unidos – representantes tanto de Biden e Trump estiveram presentes.

A primeira fase do acordo está marcada para começar neste domingo (19), às 8h30 pelo horário de Gaza (3h30 pelo horário de Brasília). Ela terá duração de 42 dias, em que um grupo de 33 reféns israelenses capturados nos ataques de 7 de outubro será libertado aos poucos. Esta primeira leva de reféns é composta por mulheres (inclusive do Exército de Israel), crianças, homens com mais de 55 anos, feridos e doentes. Em troca, Israel vai libertar cerca de 2 mil palestinos detidos no país.

Apesar do anúncio do fim das negociações ter sido feito na quarta-feira, o gabinete de ministros israelenses só aprovou o documento na sexta (17). E os conflitos internos na coalizão de extrema direita de Netanyahu persistem: segundo o jornal israelense Haaretz, o ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben-Gvir, afirmou hoje que vai renunciar amanhã em protesto contra o acordo de cessar-fogo.

Também segundo o Haaretz, o ministro das Finanças, Bezalel Smotrich, afirmou que Netanyahu se comprometeu a tomar o controle de Gaza e manter o local inabitável.

Sábado de tensão

A véspera do início do acordo foi marcada pela tensão. Rebeldes Houthis (milícia do Iêmen apoiada pelo Irã) lançaram mísseis contra Israel na manhã deste sábado. Dois mísseis foram interceptados, de acordo com as Forças de Defesa de Israel. Não houve mortos ou feridos. Na sexta-feira, os Houthis alertaram que vão continuar os ataques se Israel não cumprir os termos do acordo.

Na tarde de hoje, um israelense de 28 anos ficou gravemente ferido após um ataque a faca em Tel Aviv. O agressor, identificado por fonte de segurança ouvida pelo jornal Haaretz como um palestino na Cisjordânia ocupada, foi morto a tiros por uma pessoa que passou no local do ataque. Também há registros de ataques a tiros com feridos em Tel Aviv, segundo a polícia local.

Em comunicado divulgado neste sábado, o Hamas afirmou que Israel “falhou em alcançar seus objetivos agressivos” em Gaza, e que só foi bem-sucedido em “cometer crimes de guerra que desgraçam a dignidade da humanidade”. O comunicado foi noticiado pela Agência France Press. (Brasil de Fato)

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