Brasília, 03/10/2024

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Ataque suicida deixa mais de 40 mortos no Paquistão

Ao menos 44 pessoas morreram e cerca de 150 ficaram feridas nesta segunda-feira (30/01) durante um atentado suicida a bomba contra uma mesquita lotada, num complexo policial na cidade de Peshawar, noroeste do Paquistão. A maioria das vítimas era de policiais.

O ataque ocorreu por volta do meio-dia (04h00 em Brasília) numa mesquita num centro residencial e de treinamento da polícia, o que explica o grande número de baixas dentro da corporação, segundo o governador de Peshawar, Riaz Mehsud.

Não ficou claro como o homem-bomba conseguiu entrar no complexo murado, que abriga os quartéis da polícia municipal e é localizado em uma zona de alta segurança, junto com outros prédios do governo.

O chefe da polícia de Peshawar, Ijaz Khan, afirmou que houve pelo menos 150 feridos. Um hospital próximo listou muitos dos feridos como em estado crítico, elevando os temores de aumento do número de mortos.

Mesquita cheia

O primeiro-ministro do Paquistão, Shehbaz Sharif, condenou o “brutal assassinato de muçulmanos enquanto rezavam diante de Alá”.

Mais de 300 fiéis rezavam na mesquita quando o homem-bomba detonou seu colete explosivo. Segundo o ministro da Defesa, Khawaja Asif, o homem-bomba estava na primeira fileira do templo durante as orações.

Vários ficaram feridos quando o telhado caiu, de acordo com um policial local. Equipes de resgate lutaram para remover montes de escombros, a fim de chegar aos fiéis ainda presos sob os destroços, segundo a polícia.

Talibã reivindica responsabilidade

No Twitter, Sarbakaf Mohmand, comandante do Talibã paquistanês, assumiu a responsabilidade pelo ataque. O Paquistão, de maioria muçulmana sunita, experimentou um aumento de ataques de militantes desde novembro, quando o Talibã paquistanês suspendeu seu cessar-fogo com as forças do governo.

O atentado desta segunda-feira a uma mesquita sunita foi um dos mais letais contra as forças de segurança nos últimos anos. O último ataque a um centro religioso no Paquistão ocorreu na mesma cidade de Peshawar: em março de 2022, um terrorista suicida se detonou numa mesquita da minoria xiita, deixando 56 mortos e quase 200 feridos.

Os ataques terroristas no Paquistão aumentaram nos últimos meses, após vários anos de relativa calma, em grande parte devido ao ressurgimento do principal grupo talibã paquistanês, o Tehreek-e-Taliban Pakistan (TTP) ou Movimento Talibã do Paquistão.

A organização, um guarda-chuva de grupos armados tribais criada em 2007 e aliada ao Talibã afegão, intensificou os ataques após o fim de um cessar-fogo com o governo, em novembro de 2022.

Ataques mataram milhares

Desde sua formação, o grupo realiza uma campanha brutal de atentados terroristas em todo o país e matou milhares, inclusive numerosos membros das forças de segurança. Também tentou assassinar Malala Yousafzai, a jovem que viria a ganhar o Prêmio Nobel em 2012.

O grupo jihadista Estado Islâmico (EI) também realizou ataques no passado no Paquistão, um dos piores em 2018 visando um comício no Balochistão, que deixou 128 mortos e 122 feridos.

Os ataques começaram a diminuir em 2014 após uma intensificação da repressão por parte das autoridades paquistanesas, mas os sinais de um ressurgimento estão se tornando mais claros após o Talibã retomar o poder no Afeganistão em agosto de 2021. (BDF)

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