Brasília, 03/10/2024

Brasília, 03/10/2024

PGR defende manutenção da prisão de Torres alegando proteção às provas

A Procuradoria-Geral da República (PGR) solicitou ao Supremo Tribunal Federal (STF) a manutenção da prisão preventiva do ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal Anderson Torres (foto), sob o argumento de que o ex-ministro da Justiça pode ocultar ou destruir provas relevantes para as investigações sobre os atos criminosos do 8 de janeiro.

O pedido, assinado pelo subprocurador-geral Carlos Frederico Santos, foi feito depois que a defesa de Anderson Torres solicitou a soltura do ex-secretário do DF, sob a justificativa de que não houve requisitos para a prisão preventiva.

No documento, no entanto, o subprocurador-geral destacou que a minuta do decreto golpista encontrada na residência de Torres estava “muito bem guardada”. O documento encontrado autorizava o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) a decretar golpe de Estado nas sedes do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) após o resultado eleitoral do ano passado.

“Ao contrário do que o investigado já tentou justificar, não se trata de documento que seria jogado fora, estando, ao revés, muito bem guardado em uma pasta do governo federal e junto a outros itens de especial singularidade, como fotos de família e imagem religiosa”, acrescenta.

O subprocurador também relembra a viagem de Anderson Torres aos Estados Unidos durante os crimes cometidos por bolsonaristas em 8 de janeiro. “Ao sair do país, mesmo ciente de que os atos ocorreriam no dia 8 de janeiro, vislumbra-se que Anderson Torres, deliberadamente, ausentou-se do comando e coordenação das estruturas organicamente supervisionadas pela pasta que titularizava, fator que surge como preponderante para os trágicos desdobramentos dos fatos em comento”, afirma o subprocurador no documento enviado ao STF.

“Além de não atuar para impedir ou, ao menos, minimizar os danos, o investigado/requerente se colocou em posição deliberada de omissão, não podendo agora se valer disso para buscar uma isenção de responsabilidade.”

Nesse sentido, para Carlos Frederico Santos, “não há, no momento, como dissociar as condutas omissivas de Anderson Torres atos ocorridos no dia 8 de janeiro de 2023, com ataque às instituições democráticas e depredação e vandalismo dos prédios públicos na Praça dos Três Poderes”.

“Permanecem, portanto, inabalados os motivos da decretação de sua prisão preventiva, embasados na garantia da ordem pública, agora robustecidos com os novos elementos de prova. […] Há, portanto, indícios consistentes de conduta ilícita e que merecem a devida, célere a exauriente apuração, justificando-se a manutenção, por ora, da prisão processual.”

PF analisa digitais encontradas na ‘minuta do golpe’ apreendida com Torres 

A Polícia Federal (PF) informou ao Supremo Tribunal Federal (STF) que está analisando as impressões digitais presentes na minuta golpista encontrada na residência do ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal Anderson Torres.

A corporação também informou que está estudando as imagens de segurança do Palácio do Buriti, sede do governo do DF, registradas entre 1º a 20 de janeiro deste ano, em busca de pessoas que visitaram o local.

“Foi requisitado ao Núcleo de Identificação da Polícia Federal, conforme ofício a elaboração de análise papiloscópica no documento ‘Minuta de Decreto’ apreendido com Anderson Torres. Foi recebido e encaminhado a Procuradoria Geral de Justiça, a relação de impressão do palácio do Buriti e as imagens gravadas pelas câmeras de monitoramento e vigilância das entradas de pessoas e de veículos no Palácio do Buriti”, informou a PF. (BdF)

Gostou? Compartilhe!

Leia mais