O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), disse que confia no ex-secretário de Segurança Pública Anderson Torres e que leu o plano elaborado para a atuação das forças de segurança no fim de semana de 8 de janeiro, quando ocorreram os ataques terroristas às sedes dos três poderes, em Brasília. Informações do G1.
“O plano estava bem montado, tive a oportunidade de ler. O que aconteceu foi atípico. Na minha visão, a culpa não foi só do Anderson. Tivemos apagão geral. Ele não tinha a visão do que podia acontecer; não me senti traído”, afirma Ibaneis.
Preso desde 14 de janeiro, Torres é investigado por suspeita de omissão durante os atos golpistas cometidos por bolsonaristas radicais em Brasília. Ele nega as acusações.
Ibaneis reassumiu o governo nesta quinta (16) após ter sido afastado pelo STF por conta dos ataques aos três poderes. Além de dizer que confia em Anderson Torres, o governador contou que convidou o ex-ministro de Jair Bolsonaro para a Secretaria de Segurança do DF porque ele, que é delegado da Polícia Federal, não queria voltar para a corporação.
O governador disse que durante os ataques terroristas houve falha da PMDF e do Batalhão do Exército responsável pelo policiamento do Palácio do Planalto. Para Ibaneis, ocorreu um “apagão geral” na segurança.
‘Apagão geral’
Questionado sobre a nomeação de Anderson Torres ao cargo no GDF mesmo após o governo federal desaconselhar a decisão, Ibaneis afirmou que o ex-secretário é um homem de confiança.
“Eu entendi que seria boa pessoa para voltar para o governo. O que aconteceu no 8 de janeiro é imprevisível. Até dia 6 de janeiro, a gente não tinha nenhuma perspectiva que ia acontecer aquilo”, disse Ibaneis.
Para o governador do DF, o que aconteceu na segurança da capital federal foi um “apagão geral”. “Eu recebi mensagem do secretario de segurança que tava no cargo falando que as coisas estavam tranquilas. PM estava a postos”, disse se referindo ao delegado Fernando de Souza Oliveira que estava no lugar de Torres e, em áudio disse para Ibaneis que a situação estava sob controle.
O governador afirmou que é necessário esperar o fim das investigações para entender o que houve durante o dia 8 de janeiro.
“Olhando hoje para trás, é fácil avaliar, mas se você tem a confiança no secretário e ele disse que estava tranquilo, eu tinha que confiar”, concluiu.
