Brasília, 03/10/2024

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Suspeito de esquema de ‘rachadinha’ no GDF é exonerado de cargo comissionado

O servidor do governo do Distrito Federal investigado por um esquema de “rachadinha” foi exonerado do cargo, nesta quinta-feira (4). A medida foi publicada no Diário Oficial do DF e assinada pelo governador Ibaneis Rocha (MDB).

Celso Francisco de Assis ocupava o cargo de assessor especial da Subsecretaria de Desenvolvimento Regional e Operações nas Cidades, da Secretaria Executiva das Cidades, desde o ano passado. Em 2019, ele também foi assessor no gabinete do então vice-governador.

Nesta quarta-feira (3), ele foi alvo de uma operação da Polícia Civil, em que é investigado por indicar pessoas de seu interesse a outros cargos comissionados, desde que recebesse parte do salário dos beneficiados (relembre mais abaixo). O g1 tenta contato com a defesa do investigado.

As investigações apontam que o servidor indicou, pelo menos, oito pessoas para cargos comissionados, incluindo o próprio filho e a empregada doméstica. A Polícia Civil afirma que eles não compareciam aos locais de trabalho.

Segundo a corporação, o suspeito tinha forte influência por atuar como assessor especial e ter atuado em campanhas de alguns políticos.

Em uma conversa telefônica, o servidor afirmou que só ia ao trabalho uma vez por mês para “assinar a folha de ponto e mais nada” (ouça áudio acima). Na conversa, Celso conta a um homem chamado Robson como era a rotina no local de trabalho.

“Eu ia todo dia, aí eu vi que o pessoal não estava nem aí”, disse. Robson, então, pergunta: “Agora, é só três vezes no mês, né?”, fazendo referência à quantidade de dias que Celso trabalhava.

“Eu vou só uma vez por mês. Assinar a folha e mais nada. E chego ainda na cara de pau” diz Celso.

Investigações

Os agentes cumpriram oito mandados de busca e apreensão, no Plano Piloto, Santa Maria e Recanto das Emas. Em um dos endereços, a Polícia Civil encontrou R$ 30 mil em espécie.

A Polícia Civil aponta que as outras pessoas indicadas pelo suspeito compareciam ao trabalho, mas recebiam ordens do investigado para que não cumprissem integralmente suas jornadas.

Dessa forma, alguns dos indicados iam aos locais de trabalho uma vez por mês, somente para assinar a folha de ponto. A mesma conduta era seguida pelo assessor especial.

De acordo com os investigadores, para ocultar os valores recebidos por meio do esquema, os repasses eram feitos para uma conta bancária de uma empresa em nome de terceiros. No entanto, o verdadeiro dono da conta é o suspeito, afirma a Polícia Civil.

O suspeito é investigado por concussão, lavagem de bens e estelionato contra a administração pública. Se condenado, ele pode pegar até 27 anos de prisão. (G1)

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