247 — Na campanha eleitoral que marcou a disputa entre Jair Bolsonaro (PL) e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, teve um papel crucial, segundo reportagem da Piauí. Informações obtidas pela revista revelam que Campos Neto desenvolveu um modelo matemático de pesquisas eleitorais que orientou o núcleo duro de apoio ao então candidato Bolsonaro. Esse modelo agregava dados estaduais.
A animosidade entre Lula e Campos Neto já remontava ao período da campanha, com rumores, nunca confirmados, de que o economista estaria arrecadando dinheiro para a campanha de Bolsonaro. O fato de Campos Neto ter votado usando uma camiseta da seleção brasileira e ainda participar de um grupo de WhatsApp de ex-ministros de Bolsonaro só agravou a antipatia. Segundo fontes próximas à campanha de Bolsonaro, o modelo matemático de Campos Neto era tão confiável que muitos integrantes da própria equipe preferiam seus resultados em detrimento das pesquisas contratadas. As informações do economista, que abasteciam a campanha, acabavam vazando para o mercado, influenciando até mesmo investidores da Faria Lima. Apesar das pesquisas de institutos credenciados mostrarem Lula à frente nas intenções de voto, as análises de Campos Neto indicavam que Bolsonaro tinha uma chance real de vencer, principalmente devido ao avanço do candidato sobre Lula em São Paulo. Os levantamentos apontavam uma vantagem de 14 a 16 pontos de Bolsonaro sobre Lula no eleitorado paulista, o que lhe garantiria a vitória no segundo turno.
Além da atuação na campanha de Bolsonaro, o presidente do Banco Central também disponibilizou sua análise de pesquisas à campanha de Tarcísio de Freitas, que concorria ao governo de São Paulo.
