Brasília, 02/10/2024

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Missão do Greenpeace no Amazonas flagra queimadas perto de reservas indígenas

Os focos de incêndio na Amazônia cresceram quase 10% apesar do registro de queda no desmatamento. Uma missão do Greenpeace flagrou queimadas criminosas perto de reservas indígenas e de áreas da União. Informações do Jornal Nacional.

Pelo alto, o cenário é devastador. O fogo vai deixando o chão escuro e cinza, enquanto queima tudo o que está à frente. Nessa época do verão amazônico – período que chove menos na região -, as queimadas criminosas são cada vez mais constantes, principalmente na região da Amacro, que reúne os municípios do sul do Amazonas, Acre e Rondônia.

Jornal Nacional acompanhou uma missão do Greenpeace que sobrevoou as áreas mais atingidas. Sobrevoamos a região da cidade de Canutama. Lá, a floresta fica em uma área da União e está queimando há pelo menos cinco dias. A área que está sendo destruída também fica a menos de 500 m da Terra Indígena Juma.

Segundo o Greenpeace, áreas de preservação da União são invadidas por grileiros que derrubam e vendem madeira, e depois queimam a floresta para fazer pasto para o gado.

“Aqui no sul do Estado, em especial na região da Amacro, o que a gente tem visto é um aumento muito grande de grilagem. E como a gente sabe disso? Se a gente pegar a Amazônia toda no ano passado, 33% de todo o desmatamento ocorreu nessa área, que é menor do que 5% do que toda a Amazônia”, afirma Rômulo Batista, porta-voz do Greenpeace.

Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, o Inpe, mostram que o desmatamento caiu 42% nos sete primeiros meses de 2023 em relação ao mesmo período de 2022, na Amazônia. Mas, os focos de calor na floresta continuam em alta: são quase 10% a mais de janeiro a junho, em comparação com o mesmo período de 2022.

À noite, também flagramos a floresta sendo destruída pelo fogo criminoso em uma área de preservação da União. “São quase 30 milhões de brasileiros vivendo nessa região, e é necessário levar uma economia que seja compatível com a floresta, porque isso traz benefício não só para quem vive aqui, mas um benefício mundial, porque as principais fontes de emissões de gases de efeito estufa do Brasil vem justamente no desmatamento da Amazônia e outros biomas”, explica Rômulo Batista.

Ibama declarou que aumentou o número de brigadistas em 17,5% para combater os incêndios. Afirmou, ainda, que desde o início de 2023 vem intensificando o combate às ações criminosas na Amazônia.

O governo do Amazonas disse que fez um trabalho constante de combate às queimadas e ao desmatamento e que lançou, em julho, a Operação Aceiro, com 74 militares do Corpo de Bombeiros e 30 integrantes da Força Nacional controlar os incêndios em todo o estado.

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