Brasília, 03/10/2024

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Aliado de Cid movimentou R$ 3,3 milhões em um ano

Luis Marcos dos Reis, subordinado de Mauro Cid na equipe de ordens de Jair Bolsonaro

O sargento Luis Marcos Reis, que atuava na equipe de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), movimentou cerca de R$ 3,3 milhões entre fevereiro do ano passado e maio deste ano, aponta um relatório produzido pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf). A informação foi divulgada nesta segunda-feira (14) pelo jornal O Estado de S. Paulo.

Segundo o Coaf, Reis recebeu R$ 1,5 milhão entre fevereiro de 2022 e janeiro deste ano em 105 transações via Pix. No mesmo período, o sargento realizou ao menos 11 transferências que somadas atingem o valor de R$ 1,4 milhão.

Do total, R$ 336 mil foram enviados via Pix. Outros R$ 550 mil foram transferidos por TED ou DOC. Ainda segundo o conselho, cerca de R$ 83 mil foram repassados para Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro. Cid foi chefe de Reis na equipe do ex-presidente.

As transações chamaram a atenção do Coaf pela inconsistência entre os valores movimentados e o salário de Luís Marcos Reis. Segundo o Portal da Transparência, o salário do militar não ultrapassava R$ 13,3 mil.

“Considerando a movimentação atípica, sem clara justificativa e as citações desabonadoras em mídia, tanto do analisado quanto do principal beneficiário, comunicamos pela possibilidade de constituir-se em indícios do crime de lavagem de dinheiro”, aponta o Coaf.

Reis está preso desde maio, quando a Polícia Federal realizou uma operação que mirava suspeitos de fraudar cartões de vacina de Bolsonaro, familiares e seus assessores. O sargento teria acionado um sobrinho médico para carimbar os cartões falsos de vacinação para incluir o imunizante contra a Covid-19.

A defesa do militar disse ao iG que não teve acesso aos dados e que impetrou um habeas corpus junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) para obter as informações. O advogado ainda pediu que Reis seja ouvido pela CPMI apenas após ter acesso aos documentos.

“Seja a data de comparecimento designada apenas após conceder-se pleno acesso à defesa ao relatório de inteligência financeira (RIF), elaborado pelo COAF, de Mauro Cesar Barbosa Cid, em como a todo e qualquer documento que cite o paciente como potencial autor ou partícipe de delito”, solicitou a defesa. (IG)

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