Brasília, 02/10/2024

Brasília, 02/10/2024

Grandes importadores no esquema que desviou R$ 4 bi

A operação da Polícia Federal, em conjunto com a Receita Federal, desta quarta-feira (22), identificou que grandes negociantes e importadores do comércio popular brasileiro estariam entre os maiores clientes do esquema criminoso que tirou ilegalmente do país bilhões de reais.

As investigações apontaram ainda que as grandes remessas clandestinas de dinheiro, via doleiros, eram destinadas para bancos da China e de Hong Kong, região administrativa especial.

O esquema operado pelos doleiros movimentou R$ 4 bilhões de forma fraudulenta. Durante o cumprimento dos mandados nesta quarta, a PF apreendeu cerca de R$ 1,3 milhão em dinheiro.

A TV Globo apurou que o principal alvo da operação foi o empresário Leonardo Meirelles, que foi sócio do doleiro Alberto Youssef, investigado na Lava Jato. O dinheiro aprendido estava na casa de Leonardo em Barueri (SP). A defesa de Meirelles afirmou que ainda não teve acesso aos autos, mas antecipou que ele praticou nenhuma ilegalidade.

A operação também apreendeu documentos, cadernos de contabilidade do crime, e anotações com grande lista de movimentação financeira. Agora, os agentes vão se aprofundar sobre suspeitas de que o mesmo esquema estaria favorecendo beneficiários de corrupção no desvio de dinheiro público.

A operação foi chamada de ‘Recidere’, que significa reincidência. O nome foi dado em razão de alguns investigados já terem sido alvos de outras investigações da PF.

A Investigação foi feita pelo grupo de repressão a crimes financeiros da Polícia Federal de Campinas (SP). Ao todo, foram cumpridos 21 mandados de busca e apreensão tendo como alvos 16 pessoas físicas e cinco empresas nas seguintes cidades:

Segundo a Polícia Federal, os doleiros investigados usavam empresas de fachada (com sócios laranjas) para abrir contas bancárias e movimentar recursos de clientes do esquema criminoso. Muitas vezes o dinheiro era enviado ao exterior, o que classifica o crime de evasão de divisas.

“No que tange às operações fraudulentas de comércio exterior, foram identificados indícios de participação de intermediador cambial e despachante aduaneiro”, disse a PF em nota.

A quadrilha foi responsável por movimentar mais de quatro bilhões de reais em dezenas de contas bancárias cujos titulares são empresas de fachada.

Penas podem chegar a 26 anos

A PF informou que a soma das penas dos crimes constatados durante a investigação, todos contra o Sistema Financeiro Nacional, podem chegar a 26 anos de prisão, sendo eles: gerir fraudulentamente instituição financeira, operar sem autorização instituição financeira, inclusive de câmbio; fraude em contrato de câmbio e evasão de divisas. (G1)

Tags

Gostou? Compartilhe!

Leia mais