Brasília, 29/09/2024

Brasília, 29/09/2024

Caso da ‘Abin paralela’ reforça que derrota de Bolsonaro ‘salvou a democracia’ no Brasil, diz Padilha

A quebra de sigilo sobre o funcionamento da “Abin paralela” na última quinta-feira (11), investigada pela operação Última Milha, da Polícia Federal (PF), desencadeou críticas, menção de repúdio e anúncios de acionamento da Justiça. O governo de Jair Bolsonaro é acusado de espionar desafetos e ex-aliados políticos, através da atuação de servidores que trabalhavam na Agência Brasileira de Inteligência (Abin).

“Eu não tenho dúvida nenhuma, cada vez mais as evidências reforçam isso, que a frente ampla liderada pelo presidente Lula, pelo vice-presidente Alckmin, que no segundo turno teve o apoio de várias forças democráticas, inclusive do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, salvou a democracia no nosso país. A cada semana a gente tem mais evidências do que significou. Nessa semana, as revelações, as evidências cada vez maiores do uso do aparato do Estado, da Abin, para espionar, perseguir, adversários políticos, jornalistas, advogados, e até aliados políticos, só reforçam isso”, declarou.

CPI da Covid

“Vou entrar na Justiça, até em cortes internacionais, como assistente da acusação no escândalo Abin. A grampolândia na cúpula da CPI mostra que a investigação pode ter sido embaraçada na ação marginal de órgãos de Estado. Fatos novos para PGR reabrir partes engavetadas por Aras”, publicou o senador alagoano.

O tom de reparação e acionamento judicial também entrou em postagem feita pelo ex-deputado federal Jean Willys nas redes sociais. Ele afirma que as intuições de tempos antes sobre espionagem se confirmam com a quebra de sigilo. Além disso, nas palavras dele, há uma evidência de “organização criminosa” que não pode ser separada do assassinato de Marielle Franco.

“A saída para o exílio foi uma recomendação da CIDH [Comissão Interamericana de Direitos Humanos] da OEA [Organização dos Estados Americanos] para que eu pudesse sobreviver à violência que esta organização criminosa perpetrava contra a mim antes mesmo de se Bolsonaro se eleger, como, por exemplo, me associar de forma caluniosa ao suposto atentado que o chefe da famiglia sofreu na corrida eleitoral de 2018. Tudo isto me causou danos morais e materiais profundos, mas em relação aos quais agora terei formas de exigir reparação por toda perda e sofrimento”, publicou.

Entidades repudiam espionagem de jornalistas

A  Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) também se posicionou diante do caso. Em nota enviada à Agência Brasil, a entidade considera a investigação ilegal de profissionais da categoria um ato de violência e uma tentativa de violar o trabalho dessa categoria.

“A utilização de maneira ilegal e abusiva de serviços de espionagem foi uma tentativa explícita do governo Bolsonaro de violar o livre exercício do Jornalismo e o sigilo da fonte. Já havíamos denunciado essa situação em janeiro deste ano, quando da realização da Operação Vigilância Aproximada. Tanto que solicitamos na justiça o acesso à lista de espionados à época, mas não obtivemos informações porque o processo estava sob sigilo”, diz a entidade, em nota, publicada pela Agência Brasil.

Além da Fenaj, a Associação Brasileira de Imprensa (ABI) também emitiu nota em repúdio ao uso da Abin para “espionar e monitorar a atividade profissional de jornalistas e agências de checagem”.

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