Brasília, 29/09/2024

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Em último dia de campanha, Maduro pede voto de confiança e diz ser único candidato com propostas

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, pediu nesta quinta-feira (25) um “voto de confiança” para o eleitor venezuelano. No encerramento da campanha eleitoral, o mandatário fez um discurso em rede nacional de televisão apresentando as propostas para um terceiro mandato e afirmando que ele é o candidato que “representa a paz” no país. As eleições serão realizadas no domingo, 28 de julho.

Em discurso de quase uma hora, Maduro apresentou mais uma vez o chamado Plano das 7 Transformações. O documento propõe o desenvolvimento em sete áreas. Os eixos estão divididos em economia, social, política, meio ambiente e relações internacionais, além de dois tópicos mais conceituais: expandir a doutrina bolivariana e aperfeiçoar a convivência cidadã.

Segundo Maduro, ele é o único candidato que apresentou propostas em toda a campanha eleitoral. O presidente garantiu que a pior fase da crise econômica já passou e o governo vai conseguir implementar os projetos que pretende de forma ampla.

“Aprendemos a fazer muita coisa sem nada, já passamos pela pior parte. Agora o que vem é para melhor, para maior, a profecia se cumprirá e nada nem ninguém nos impedirá de nos tornarmos uma potência emergente na América do Sul”, afirmou em discurso.

Maduro também disse que seu último governo foi marcado por uma crise econômica que teve como origem as sanções impostas pelos Estados Unidos contra a indústria petroleira do país. Ele ressaltou que o país conseguiu contornar a crise e estabilizar a economia. Depois de passar por uma hiperinflação, a Venezuela termina o primeiro semestre de 2024 com uma inflação acumulada de 8% nos seis primeiros meses do ano. Segundo o governo, a projeção de crescimento do PIB para 2024 é de ao menos 8%.

“Crescemos acima das previsões mais otimistas. Conseguimos superar as sanções criminosas solicitadas pela extrema direita fascista e criamos uma proposta humanista em face ao capitalismo selvagem”, afirmou.

O presidente disse que o foco do seu próximo governo será a educação. De acordo com ele, o Executivo já está trabalhando em um movimento de modernizar as unidades de ensino e promover uma política educacional ampla e que atinja todas as crianças do país.

“As primeiras salas de aula virtuais que contam com inteligência artificial para apoiar o trabalho dos professores já estão na Venezuela. Nosso objetivo é elevar a qualidade pedagógica e educacional garantindo a gratuidade do nosso ensino”, afirmou.

Fim de campanha

Depois de 21 dias, a campanha foi encerrada. Esse foi o menor tempo de campanha que uma eleição venezuelana já teve. A partir de agora, não será mais permitida a veiculação de propagandas eleitorais. Comércios não poderão vender bebida alcoólica e não é mais permitido o porte de armas de fogo ou armas brancas.

Também não estão mais permitidas, a partir dessa sexta-feira, reuniões e marchas políticas, assim como o uso de máquinas pesadas para trabalho nas zonas urbanas. O Comando Estratégico Operacional estará sob responsabilidade de manter a inviolabilidade das fronteiras.

Maduro contra nove

O CNE anunciou em maio que 21,4 milhões de venezuelanos estão aptos a votar no dia 28 de julho. Cerca de 69 mil deles estão fora do país. O presidente Nicolás Maduro busca a reeleição contra outros nove candidatos.

Em junho, oito dos dez candidatos assinaram um acordo para respeitar o resultado das eleições. O ex-embaixador Edmundo González Urrutia, principal oposicionista, se recusou a participar e não assinou o documento. Além dele, Enrique Márquez, do partido Centrados, não assinou.

Como funciona o sistema eleitoral na Venezuela?

eleição para presidente na Venezuela tem apenas um turno. Ganha quem tiver o maior número de votos. O mandato para o presidente é de seis anos. No país, não há limite de reeleição para presidente. O atual chefe do Executivo é Nicolás Maduro, que concorre à reeleição para o terceiro mandato. Antes dele, Hugo Chávez também foi eleito três vezes, mas morreu logo no início de sua terceira gestão, em 2013.

Para votar, é preciso ter ao menos 18 anos e o voto não é obrigatório. Assim como o Brasil, a Venezuela também usa a urna eletrônica, mas a diferença é que no sistema venezuelano o voto é também é impresso. O Conselho Nacional Eleitoral venezuelano contratou uma empresa em 2004 que desenvolveu e implementou mais de 500 mil máquinas e treinou 380 mil profissionais para operá-las.

O procedimento é simples. Os centros de votação são em escolas públicas. O eleitor entra na sala de votação, valida sua biometria e registra o voto na urna eletrônica. Ele recebe o comprovante impresso do voto, confere se está correto e o deposita em uma outra urna, onde ficam armazenados os votos em papel. Quando a votação é encerrada, o chefe da seção imprime o boletim de urna e faz a contagem dos votos impressos para conferir se estão de acordo. (BdF)

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