Uma sondagem global, feita em 24 países e publicada esta quarta-feira, revela que um grande número de cidadãos em todo o mundo está otimista em relação ao regresso de Trump à Casa Branca. Informações de David Pereira, Diário de Notícias.
“Muitos acreditam que Trump não só será bom para os EUA como trará paz ou reduzirá as tensões na Ucrânia, no Oriente Médio e nas relações EUA-China”, indica um comunicado da Fundação Calouste Gulbenkian, que apoiou a sondagem realizada pelo European Council on Foreign Relations (ECFR) em cooperação com o projeto “A Europa num Mundo em Mudança” da Universidade de Oxford.
Por outro lado, os aliados dos Estados Unidos na Europa, incluindo o Reino Unido, e a Coréia do Sul estão pessimistas em relação ao novo presidente norte-americano, indicando um maior enfraquecimento do “Ocidente”. A sondagem sugere ainda que “os europeus terão dificuldade em encontrar unidade interna ou poder global para liderar uma resistência à nova Administração Trump”. No entanto, também mostra que muitos inquiridos no mundo consideram a União Europeia como “um ator de relevância igual à dos EUA e à da China – uma força que os líderes europeus devem aproveitar ao entrarem no turbulento novo mandato presidencial”.
Já os inquiridos ucranianos “estão mais otimistas do que pessimistas quanto ao impacto que Trump poderá ter no fim do conflito do seu país com a Rússia”, mas mostram-se “profundamente divididos quanto aos termos de um possível acordo com Moscovo”.
Segundo a sondagem, os Estados Unidos “já não estão a difundir os seus valores e a agir como defensores globais da ordem internacional liberal”. Em vez disso, “poucos veem um futuro em que os EUA consigam manter o estatuto de principal superpotência do globo”, com a maioria vê a China a assumir esse papel nos próximos tempos.
Estas conclusões do estudo denominado “Sozinhos num mundo trumpista: a UE e a opinião pública global após as eleições nos EUA” baseiam-se numa sondagem de opinião pública à população adulta (com idade igual ou superior a 18 anos) realizada em novembro de 2024 em 16 países europeus (Bulgária, Dinamarca, Estónia, França, Alemanha, Hungria, Itália, Polónia, Portugal, Roménia, Rússia, Espanha, Suíça, Turquia, Ucrânia e Reino Unido) e oito países não europeus (Brasil, China, Índia, Indonésia, Arábia Saudita, África do Sul, Coreia do Sul e Estados Unidos). O número total de inquiridos foi de 28 549.