Brasília, 01/03/2025

Colômbia abriu rota comercial marítima com a China em meio a tensões com os EUA

A Colômbia inaugurou uma nova rota marítima comercial que liga seu porto mais importante no Pacífico a Xangai, em um contexto de “fortalecimento” de suas relações com a China, enquanto enfrenta tensões diplomáticas com os Estados Unidos.

O Ministério do Comércio da Colômbia anunciou nesta quinta-feira na rede X que “Colômbia e China concordam em uma rota marítima que conecta Xangai a Buenaventura (sudoeste)”.

Graças a este acordo, os embarques de Buenaventura farão escala no porto peruano de Chancay, cuja infraestrutura foi financiada pela China, antes de chegar ao seu destino na Ásia.

O embaixador chinês em Bogotá, Zhu Jingyang, enfatizou em X que esta é uma “boa notícia” para o comércio bilateral.

A gigante do transporte marítimo China Ocean Shipping Company (COSCO) é responsável pelo projeto. Por sua vez, o ministro do Comércio da Colômbia, Luis Carlos Reyes, descreveu a iniciativa como “um grande passo no fortalecimento das relações” entre os dois países.

O acordo ocorre em um momento em que as relações entre a Colômbia e os Estados Unidos estão em dificuldades. Em 26 de janeiro, o presidente Gustavo Petro negou a entrada de aviões militares dos EUA que transportavam cidadãos colombianos deportados.

Em resposta, o presidente dos EUA, Donald Trump, impôs tarifas de até 50% sobre os produtos colombianos.

Petro tomou uma medida semelhante, que gerou uma crise diplomática que durou algumas horas e foi finalmente resolvida após um acordo entre a Casa Branca e a diplomacia colombiana sobre a deportação de migrantes irregulares.

Nesta quinta-feira, a Presidência informou que Petro e sua ministra das Relações Exteriores, Laura Sarabia, mantiveram uma reunião com John McNamara, encarregado de negócios da embaixada dos EUA em Bogotá.

De acordo com uma mensagem em X, a reunião abordou questões relacionadas ao “relacionamento bilateral” e à “cooperação”.

Embora as relações tenham se estabilizado, na Colômbia ainda há preocupação entre alguns sindicatos sobre possíveis represálias dos Estados Unidos.

Recentemente, Petro acusou Trump de promover uma “tese fascista” ao “criminalizar” latino-americanos indocumentados que chegam aos Estados Unidos.

Enquanto isso, o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, está em turnê pela América Central com o objetivo de combater a “influência” da China na região.

Em 2023, Petro viajou a Pequim para consolidar acordos comerciais com o governo de Xi Jinping.

De acordo com a Associação Nacional de Comércio Exterior (Analdex), uma entidade independente, a China é atualmente o quarto destino das exportações colombianas, mas em breve poderá se tornar o segundo.

A Colômbia exporta principalmente petróleo, carvão e minerais como ouro e esmeraldas para o mercado chinês. (El Nacional)

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