O vice-presidente dos EUA, JD Vance, aumentou as tensões com a Rússia ao ameaçar com sanções e até mesmo ações militares se o presidente russo, Vladimir Putin, não concordar com um acordo para acabar com a guerra na Ucrânia.
As declarações foram feitas durante uma entrevista ao The Wall Street Journal, na qual Vance enfatizou que a soberania da Ucrânia deve ser garantida e destacou que as opções para pressionar Moscou incluem ferramentas econômicas e militares, informou a Efe.
Segundo Vance, a opção de enviar tropas americanas para a Ucrânia continua “sobre a mesa” se a Rússia não negociar seriamente, uma abordagem que define um tom mais agressivo do que o do secretário de Defesa, Pete Hegseth.
Dias antes, Hegseth havia indicado que o uso de forças militares dos EUA na região não estava previsto.
Vance, no entanto, foi claro ao afirmar que existem ferramentas econômicas e militares para exercer influência sobre Putin, deixando aberta a possibilidade de uma escalada significativa no conflito.
O vice-presidente também comentou sobre as perspectivas do governo Trump sobre as negociações com a Rússia, observando que, diferentemente de outras abordagens, eles adotariam uma posição direta e sem reservas.
“Tudo está na mesa, vamos chegar a um acordo”, disse a autoridade, que antecipou que o presidente dos EUA será firme em suas negociações para acabar com o conflito na Ucrânia.
Trump disposto a conversar com Putin
Os comentários foram feitos horas depois de Trump indicar sua disposição de iniciar negociações diretas com Vladimir Putin em um esforço para chegar a um acordo de paz.
Falando na Conferência de Segurança de Munique, Vance reiterou que os Estados Unidos não cederiam à pressão russa, enquanto a Europa deveria se adaptar às novas realidades políticas e sociais.
Nesse contexto, ele sugeriu que os líderes europeus deveriam aceitar a ascensão de partidos populistas e adotar políticas de imigração mais rígidas.
Rússia exigiu explicações dos Estados Unidos
A Rússia reagiu às ameaças dos EUA. Por meio de seu porta-voz, Dmitry Peskov, o Kremlin expressou surpresa e exigiu uma explicação sobre as alegações de Washington.
“Esperamos explicações adicionais durante os próximos contatos”, disse Peskov, observando que nunca tinha ouvido uma posição tão forte de uma alta autoridade dos EUA antes.
JD Vance deveria se encontrar com o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky na conferência na sexta-feira, mas a reunião teve que ser adiada por algumas horas. Desta vez, a delegação dos EUA em Munique poderá estudar a proposta ucraniana ao plano da Casa Branca de conceder ao governo dos EUA acesso preferencial aos recursos naturais da Ucrânia em troca de apoio militar contínuo. (El Nacional)