O governo dos EUA anunciou na sexta-feira sanções contra a ex-presidente argentina Cristina Fernández (2007-2015) e o ex-ministro federal do Planejamento Julio de Vido por sua “participação em importantes atos de corrupção durante seu mandato público”.
O secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, disse em um comunicado que a medida do governo de Donald Trump torna os dois e seus familiares imediatos inelegíveis para entrar nos Estados Unidos.
A nota considerou que tanto Fernández quanto De Vido “abusaram de suas posições orquestrando e se beneficiando economicamente de múltiplos esquemas de suborno relacionados a contratos de obras públicas, que resultaram no roubo de milhões de dólares do governo argentino”.
O chefe da diplomacia dos EUA lembrou que “vários tribunais” condenaram ambos por corrupção, “minando a confiança do povo argentino e dos investidores no futuro da Argentina”.
“Os Estados Unidos continuarão a promover a responsabilização daqueles que abusam do poder público para seu próprio ganho. Essas sanções reafirmam nosso compromisso de combater a corrupção global, inclusive nos mais altos níveis do governo”, concluiu Rubio.
Desclassificação de Fernández
Em novembro, o Tribunal Federal de Cassação Penal da Argentina confirmou a sentença de seis anos de prisão e “inabilitação perpétua para ocupar cargos públicos” contra Fernández em um caso conhecido como Vialidad, no qual foram investigadas irregularidades na concessão de 51 obras rodoviárias a empresas de propriedade do empresário Lázaro Báez durante seu mandato e de Néstor Kirchner (2003-2007).
A sentença original contra a ex-presidente, emitida em dezembro de 2022, marcou a primeira condenação criminal contra ela e gerou forte impacto político, embora a líder peronista não tenha sido detida porque a decisão não é definitiva. (El Nacional)