O Departamento de Defesa dos Estados Unidos mobilizou nesta terça-feira (17) recursos militares adicionais para o Oriente Médio após o início da operação militar israelense contra o Irã. A movimentação inclui porta-aviões, aviões de combate, sistemas de defesa aérea e tropas, com o objetivo de apoiar Israel, proteger forças americanas na região e evitar a ampliação do conflito. A ofensiva israelense, batizada de “Leão Crescente”, atingiu alvos estratégicos no Irã, como instalações militares e nucleares.
Entre os mortos estão figuras de alto escalão, incluindo Hossein Salami, comandante da Guarda Revolucionária; Mohammad Bagheri, chefe do Estado-Maior das Forças Armadas; e Mohammad Kazemi, chefe de Inteligência da Guarda Revolucionária, além de seu vice.
Seis cientistas nucleares, entre eles Fereydoon Abbasi, ex-chefe da agência atômica iraniana, também morreram.
A mídia estatal iraniana informou que 78 pessoas morreram e 320 ficaram feridas em Teerã, a maioria civis. Instalações como o Complexo Nuclear de Isfahan foram atingidas, mas a Agência Internacional de Energia Atômica afirmou que não há risco de contaminação radioativa.
Em resposta, o Irã lançou mísseis e drones contra cidades israelenses como Tel Aviv, Haifa e Jerusalém, causando ao menos 13 mortes até domingo (15).
O aiatolá Ali Khamenei classificou os ataques israelenses como “declaração de guerra” e prometeu retaliação. A infraestrutura energética e bases de reabastecimento de caças israelenses também foram alvo. Houthis apoiados por Teerã coordenaram ataques com mísseis.
Diante da escalada, o Pentágono deslocou quatro porta-aviões nucleares para a região. O USS Nimitz, redirecionado do Indo-Pacífico, chega entre hoje e amanhã (18).
O USS Carl Vinson, presente no Golfo Pérsico desde março, deve ser substituído pelo Nimitz. O USS Harry S. Truman opera no Mar Vermelho desde 2024, e o USS Abraham Lincoln também foi posicionado com navios de escolta.
O destróier USS Thomas Hudner, equipado para interceptação de mísseis balísticos, foi deslocado para o Mediterrâneo Oriental. Os EUA também enviaram caças F-15, F-16, F-22, F-35, bombardeiros B-2 e B-52 e drones MQ-9 Reaper. Mais de 30 aviões-tanque de reabastecimento aéreo cruzaram o Atlântico para apoiar as operações.
Sistemas de defesa aérea como o THAAD e baterias Patriot foram instalados em Israel e em países do Golfo. Cerca de 43 mil soldados americanos estão posicionados na região, contra 30 mil habitualmente. Parte dessas tropas opera os sistemas de defesa e reforça bases no Iraque, Síria e Chipre, além de apoiar planos de evacuação.
Bombardeiros B-2 foram enviados à base de Diego Garcia, no Oceano Índico, para eventual ataque a instalações subterrâneas iranianas. Outros navios com capacidade antimísseis foram posicionados no Mar Mediterrâneo e no Mar Vermelho.
Segundo o Pentágono, os objetivos são proteger tropas americanas, apoiar a defesa de Israel e evitar uma guerra regional. O governo Trump nega envolvimento nos ataques israelenses, embora tenha dado ultimato ao Irã por um novo acordo nuclear.
Trump vetou um plano de assassinato de Khamenei, mas ameaçou “consequências graves” se Teerã não negociar.
O Irã acusa os EUA de cumplicidade e ameaça atacar bases americanas, britânicas e francesas na região. Internamente, cresce a pressão para desenvolvimento de uma arma nuclear. As perdas no comando militar e os danos à defesa aérea limitaram a capacidade de reação iraniana.
Israel afirma ter atingido o “eixo da resistência”, formado por Hezbollah, Hamas e Houthis. Segundo relatos, drones lançados de dentro do Irã foram usados na operação. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu busca ampliar apoio internacional, em queda desde a ofensiva em Gaza. (IG)