Brasília, 03/10/2024

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Abin monitorou localização de pessoas pelo celular durante governo Bolsonaro

Agência Brasileira de Inteligência (Abin) utilizou durantes os três primeiros anos do governo de Jair Bolsonaro (PL) um sistema secreto para monitorar até 10 mil proprietários de celulares a cada doze meses. As informações foram reveladas pelo jornal “O Globo” e confirmadas pela agência.

 Chamada “FirstMile”, a ferramenta solicitava que fosse digitado o número do contato e, a partir disso, poderia ser acompanhado em um mapa, com as redes 2G, 3G e 4G, a última localização do dono do aparelho.

O programa permitia que fosse rastreado o paradeiro de alguém com os dados que eram transferidos do celular para torres de telecomunicações instaladas em diferentes regiões. Com essas informações, era possível ver o histórico de deslocamentos e criar “alertas em tempo real” de movimentações em diferentes endereços.

Procurada pela CNN, a Abin explicou que “o contrato 567/2018, de caráter sigiloso, teve início em 26 de dezembro de 2018 e foi encerrado em 8 de maio de 2021.”

E, desde então, o sistema desenvolvido pela empresa israelense Cognyte (ex-Verint) não está mais em uso. Ele foi adquirido por R$ 5,7 milhões, sem licitação, no fim de 2018, durante a gestão de Michel Temer (MDB).

“Atualmente, a agência está em processo de aperfeiçoamento e revisão de seus normativos internos, em consonância com o interesse público e o compromisso com o Estado Democrático de Direito”, finalizou a Abin.

Nesta terça-feira (14), o ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, afirmou que a questão é muito grave, e devem ser apuradas as irregularidades cometidas não apenas por Bolsonaro como também nos demais governos anteriores.

“A própria Abin e outros órgãos, como o próprio Ministério da Justiça, certamente irão apurar as informações. Se isso for confirmado os responsáveis serão punidos”, disse Padilha.

Rui Costa, ministro da Casa Civil, afirmou que o nome do novo diretor-geral da Abin, Luiz Fernando Corrêa, foi indicado, mas ainda não teve sua aprovação pelo Senado Federal.

“O que eu posso dizer é que sob nova direção toda a lei será respeitada no trabalho da Abin. Se algo foi feito no passado que não tem conformidade com a lei será levado a quem é responsável e que a responsabilização devida seja feita a quem cometeu esses atos no passado. Eu não quero responder pelo passado”, explicou Rui Costa.

O Ministério Público de Contas fez um pedido por meio do procurador Lucas Rocha Furtado para que o Tribunal de Contas da União (TCU) apure o caso. As informações são da âncora da CNN Daniela Lima. (CNN Brasil)

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