Brasília, 29/09/2024

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Advogada da reunião com Bolsonaro diz que denunciou organização criminosa na Receita

A advogada Juliana Bierrenbach, umas das presentes na reunião com o então presidente Jair Bolsonaro cuja íntegra teve seu sigilo levantado pelo STF nessa segunda-feira (15), disse à CNN que o motivo da reunião foi para que ela levasse até Bolsonaro uma apuração que fez de que havia uma organização criminosa dentro da receita Federal levantando dados sigilosos de contribuintes.

“O que eu relatei foi a existência de uma organização criminosa no âmbito da Receita. Eles atuam da seguinte forma. Existe uma portaria que é de 2012 que determina que alguns funcionários da Corregedoria da Receita federal e da área de investigação podem utilizar uma senha de acesso que torna o acesso dos funcionários indetectável”, disse Bierrenbach.

Ela continua: “Isso acontece ainda mais se você for inimigo deles. Eles fazem uma investigação nos seus dados, vão investigar tudo e aí ou fazem uma denúncia anônima e a Receita investiga ou fazem um Relatório de Inteligência Financeira espontânea com informação que não é própria de um relatório desse tipo. E eu fui lá informar isso ao presidente”.

Bierrenbach disse ainda que o Sindifisco abriu uma apuração interna para tratar do assunto.

“Eu avisei inclusive o presidente que descobri que no Sindifisco havia uma investigação que demonstrava que esse era o modus operandi dos funcionários da Receita Federal. Essa investigação do Sindifisco que eu tive acesso demonstra cabalmente uma organização criminosa dentro da Receita.”

A advogada contesta a ideia de que foi para a reunião para pedir ajuda para desmantelar o suposto esquema. “Eu fui levar ao conhecimento das autoridades a existência de uma organização criminosa. Não se foi pedir nenhum tipo de benefício.”

Ela disse ainda que não houve, após a reunião, nenhum desdobramento concreto. “Não virou nada a reunião. O que fizemos foi uma formalização dessa situação ao Serpro e à Receita. Mas não teve nenhum desdobramento”.

Bierrenbach disse ainda à CNN que deixou o caso e que o senador Flavio Bolsonaro não é mais seu cliente. Procurada, a Receita não se manifestou. A CNN também procurou o Sindifisco, que também não respondeu. (CNN)

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