Brasília, 23/11/2024

Ali Khamenei, líder supremo do Irã, fala em ‘resposta rígida’ a Israel e EUA

O líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, prometeu, neste sábado (2), uma resposta “rígida” a qualquer ataque de Israel e Estados Unidos contra países e grupos que integram o Eixo da Resistência. Enquanto isso, grupos aliados do Irã no Iraque lançaram drones sobre o território de Israel, que os interceptou.

“Os Estados Unidos e o regime sionista (Israel) devem saber que, sem dúvida, receberão uma resposta rígida pelo que fazem contra o Irã, sua nação e a frente de resistência”, declarou Ali Khamenei neste sábado.

O Exército israelense mantém, em paralelo, bombardeios contra a Faixa de Gaza e o Líbano. Pelo menos 55 pessoas foram mortas e outras 192 ficaram feridas em Gaza nas últimas 24 horas, de acordo com o Ministério da Saúde palestino.

No Líbano, pelo menos 25 cidades e vilarejos no Vale de Bekaa, região com forte presença de brasileiros, foram alvo de pesados ataques aéreos israelenses na sexta-feira, matando dezenas de pessoas, de acordo com as autoridades locais.

Tanto o Hamas na Faixa de Gaza, quando o Hezbollah, no Líbano, são apoiados pelo Irã, que também se envolveu em um ciclo de ataques com Israel nos últimos meses, aumentando temores de uma extensão do conflito no Oriente Médio.

Além do Hamas e do Hezbollah, o Irã apoia os rebeldes Houthis no Iêmen e grupos pró-Irã no Iraque, que fazem parte do que Teerã chama de “Eixo da Resistência” a Israel, que ocupa territórios palestinos desde 1967.

No sábado, a “Resistência Islâmica no Iraque”, uma coalizão de grupos armados pró-Irã, assumiu a responsabilidade pelos lançamentos de drones a Eilat, no sul de Israel, às margens do Mar Vermelho.

O Exército israelense afirmou ter interceptado três drones sobre este mar aproximando-se pelo leste. Em 26 de outubro, Israel atacou bases militares no Irã em resposta a seu lançamento de mísseis contra seu território, em 1º de outubro.

“A resposta à agressão do inimigo [26 de outubro] será firme, ponderada e poderosa, e irá além da compreensão do inimigo”, ameaçou Ali Mohammad Naini, porta-voz da Guarda Revolucionária.

Três dias antes das eleições presidenciais nos Estados Unidos e apesar da pressão internacional, os esforços para pôr fim às hostilidades não obtiveram resultados.

Neste contexto tenso, os Estados Unidos anunciaram na sexta-feira novos destacamentos militares no Oriente Médio nos próximos dias, incluindo meios de proteção contra mísseis balísticos, aviões de combate e bombardeiros B-52, que chegarão “no próximos meses” para “a defesa de Israel” e como advertência ao Irã.

Situação “apocalíptica”

Da fronteira sul de seu país, o Exército israelense bombardeou o norte de Gaza, especialmente Jabaliya, Beit Lahia e Nuseirat no centro, onde três palestinos foram mortos, segundo a Defesa Civil.

Israel, que concentra a sua ofensiva desde 7 de outubro no norte do território, afirmou ter “eliminado dezenas de terroristas em Jabaliya” e relatou operações contra o Hamas no sul e no centro do território.

Os habitantes do norte de Gaza correm “risco iminente de morte devido a doenças, fome e violência”, alertaram os chefes das principais agências humanitárias da ONU na sexta-feira. “A situação é apocalíptica”, aponta o órgão.

A campanha militar israelense de retaliação já deixou 43.314 mortos em Gaza, segundo dados do Ministério da Saúde do governo do Hamas, considerados confiáveis pela ONU.

Foguetes do Hezbollah contra Israel

Na frente norte de Israel, o Hezbollah anunciou o lançamento de foguetes contra uma base militar perto de Tel Aviv, “indústrias militares” perto de Haifa e outros alvos no norte do país.

Pelo menos 19 pessoas ficaram feridas em Tira, centro de Israel, quando um projétil caiu sobre um edifício, disseram autoridades, informando que vários foguetes foram interceptados. Os disparos do Hezbollah ocorreram um dia após mais de 50 pessoas morrerem em bombardeios israelenses no Líbano, segundo as autoridades.

Neste sábado, o Exército israelense bombardeou novamente os subúrbios ao sul de Beirute, um reduto do movimento islamista, ferindo 11 pessoas, segundo o Ministério da Saúde libanês.

Também bombardeou o sul do país, onde suas forças lançaram uma ofensiva terrestre em 30 de setembro. Pelo menos 1.900 pessoas morreram no Líbano desde a intensificação dos ataques, segundo uma contagem da AFP baseada em dados oficiais.

Após um ano de trocas de tiros transfronteiriços, em 23 de setembro Israel intensificou os bombardeios contra as posições do Hezbollah no Líbano, afirmando que seu objetivo é neutralizar o movimento na fronteira e permitir o retorno de 60 mil deslocados ao norte do país.
Brasil de Fato com  AFP e Al Jazeera

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