Brasília, 26/03/2025

AtlasIntel: para 51,5%, isenção do IR e consignado ajudam imagem do governo

Pesquisa AtlasIntel feita com exclusividade para o programa GPS CNN neste sábado (22), aponta que a maioria da população vê como positivas as recentes medidas anunciadas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), como o projeto que amplia a faixa de isenção do Imposto de Renda e o crédito consignado privado, e avaliam que elas têm potencial de melhorar a imagem do governo. Informações da CNN.

O levantamento aponta que, quando questionados se as recentes medidas anunciadas, como isenção e crédito consignado, fazem você ter uma imagem mais positiva ou negativa sobre o governo, 51,5% disseram que medidas passam uma imagem mais positiva ou muito mais positiva do desempenho do governo Lula, enquanto 20,6% discordam e dizem que acham que as propostas passam uma imagem negativa ou muito mais negativa.

Já 28% responderam que as medidas anunciadas não mudam a percepção delas em relação ao governo.

Especificamente sobre o projeto de lei do Imposto de Renda, a maioria disse que o governo está no caminho certo ao propor um imposto mais alto sobre os mais ricos para compensar a perda de arrecadação causada pela isenção dos mais pobres:

  •  60,4% sim, concordo em taxar os mais ricos;
  • 39,1% disseram que não, que o governo deveria priorizar outras estratégias para compensar isenção;
  • e 0,5% responderam não saber.

A maioria também avalia que a medida do IR vai ter impacto positivo sobre a renda: 47,1% dos entrevistados acham que poder de compra vai aumentar um pouco; 20,3% acham que vai aumentar muito, 32,1% acham que vai ficar igual ou diminuir e 0,6% não soube responder.

A ampla maioria também respondeu acreditar que a isenção do IR para quem ganha até R$ 5 mil contribuirá para reduzir a desigualdade socioeconômica no Brasil: 72,4% disseram acreditar nisso, 27,1% que não e 0,5% responderam não saber.

Para essas pesquisas, a AtlasIntel ouviu 1.489 pessoas entre os dias 18 e 20 de março. A margem de erro é de três pontos percentuais, para mais ou para menos e o nível de confiança é de 95%.

“Os resultados acima mostram relativo alinhamento da percepção popular com os objetivos do governo no que diz respeito à medida, tanto no sentido da redução das desigualdades quanto no do aumento do poder de compra”, afirmou à CNN o economista-chefe da Atlas/Intel, Camilo Rabelo.

De acordo com ele, a medida que foi enviada ao Congresso surge em um momento de volatilidade na avaliação e aprovação do governo Lula 3 já que em novembro de 2024 houve uma inflexão na curva de aprovação, e a desaprovação superou as avaliações positivas.

Rabelo diz que a pesquisa mostra que a proposta do IR tem potencial para melhorar a imagem do governo.

“A proposta de isenção aparece portanto como um potencial elemento que poderá contribuir para uma melhora na aprovação do governo, e logo, vale observar como esta aprovação evoluirá nos próximos meses”, afirmou.

Ele aponta. porém. que o projeto tem capacidade, segundo a sondagem, de polarizar em alguns aspectos.

“A medida deverá impactar mais de 10 milhões de brasileiros e deveria gerar, em contrapartida, uma perda de arrecadação de aproximadamente R$ 26 bilhões anuais. Para contrabalançar este impacto, o governo anunciou simultaneamente um imposto mais alto para os brasileiros que ganham mais de R$ 50 mil por mês, tendo como objetivo de neutralizar o impacto fiscal da isenção”, afirmou.

“Na percepção de aproximadamente 60% dos brasileiros, o governo está correto em taxar os mais ricos, enquanto outros 39% acreditam que o governo deveria, pelo contrário, priorizar outras estratégias para compensar a isenção. As porcentagens indicadas aqui apontam para uma maior polarização quanto à questão da melhor forma de neutralizar o impacto fiscal da medida.”

Outro tema para o qual, segundo ele, houve maior polarização nas respostas foi o do impacto do Congresso na medida.

“De fato, a proposta passará agora por análise no congresso, antes de ser aprovada, e poderá sofrer alterações. Para 45% dos brasileiros, essas eventuais alterações irão piorar a medida, enquanto outros 43% creem que ele irá melhorá-la”, afirmou Camilo Rabelo.

“Ou seja, se por um lado existe uma desconfiança na capacidade dos parlamentares de melhorar a medida, possivelmente por receio de distorções políticas, existe também uma parcela significativa da população que vê possibilidade de ajustes positivos. Ademais, outros 12% da população não souberam responder, valor muito mais alto que para as outras perguntas, sugerindo que existe uma percentagem não negligenciável da população para qual o tema ainda não é totalmente compreendido”, concluiu.

Tags

Gostou? Compartilhe!