A Beija-Flor de Nilópolis é a campeã do carnaval 2025 no Rio de Janeiro! A Deusa da Passarela chegou ao seu 15º título com uma homenagem a Laíla (1943-2021), lendário diretor de carnaval e responsável pela maioria dos campeonatos da escola.
Em seu último ano como intérprete, Neguinho da Beija-Flor emocionou o público já na concentração — quando cantou a pedra de que voltaria no Sábado das Campeãs. Profetizou: vai encerrar o cortejo do próximo dia 8 como o grande vencedor. Informações do G1.
Foi uma chuva de 10.0 para Laíla: a nilopolitana “gabaritou” 7 dos 9 quesitos. Tirou um 9.9 em Alegorias e Adereços e outro 9.9 em Harmonia — essas notas acabaram descartadas, e a escola encerrou a totalização com 270 pontos, o máximo possível.
Mas foi uma apuração parelha. Beija-Flor e Imperatriz Leopoldinense dividiram o 1º lugar por 6 quesitos. No 7º, Fantasias, a Verde e Branca de Ramos perdeu 1 décimo nas notas válidas — e não voltaria mais à disputa. O vice-campeonato ficou com a Acadêmicos do Grande Rio, pela diferença mínimo de 1 décimo: 269.9.
No oposto da tabela, com 266.8 pontos, a Unidos de Padre Miguel terminou em último e retornará à Série Ouro.
A Azul e Branca avançou mais um degrau entre os maiores campeões. Portela tem 22 vitórias; Mangueira, 20; e Beija-Flor, agora, 15. O último título tinha sido em 2018 — e teve o dedo de Laíla.
Como veio a Beija-Flor
A Azul e Branca da Baixada Fluminense foi a 2ª a entrar na Segunda-Feira de Carnaval (3) e apresentou o enredo “Laíla de todos os santos, Laíla de todos os sambas”, desenvolvido pelo carnavalesco João Vitor Araújo.
Técnica e vibrante, a escola reviveu a era do “rolo compressor nilopolitano”, capitaneada justamente por Laíla, em uma apresentação coesa e impactante.
O conjunto visual foi fiel à identidade da Beija-Flor, enquanto o samba-enredo, interpretado por Neguinho da Beija-Flor em sua despedida oficial, teve forte conexão com o público. O enredo, bem estruturado, exaltou a genialidade e o legado do homenageado.
A comissão de frente representou Laíla em um terreiro sagrado, unindo elementos espirituais e cênicos de grande efeito.
O casal de mestre-sala e porta-bandeira, Claudinho e Selminha Sorriso, brilhou com figurinos que remetiam à espiritualidade e ao destino.
As alegorias impressionaram pelo acabamento impecável e uso de iluminação para reforçar a dramaticidade. Destaques para a escultura de Laíla e o carro de Xangô, além do encerramento emocionante com um Cristo negro, remetendo ao icônico desfile de 1989. A única falha foi na última alegoria, cuja faixa “Do Orun, olhai por nós” não pôde ser lida completamente.
O conjunto de fantasias resgatou o luxo característico da escola sem comprometer a evolução dos componentes. A bateria Soberana inovou com bossas e paradões, sustentando o canto potente da comunidade, que atravessou a Avenida com garra e entrega.