O principal canal de acesso ao município é chamado de Paraná do Manaquiri. Por lá, em condições normais do rio, passam balsas e barcos grandes. Mas, desde o fim de agosto, já não é possível por causa dos bancos de areia. Agora, a opção mais viável que liga Manaquiri à capital Manaus é por outro afluente. Só que a viagem ficou em média uma hora mais longa.
“Não sei nem chegar em casa direito. Eu acho que vai ficar pior ainda. Ainda tem o mês de setembro, outubro todinho para secar. Acho que nós vamos ficar sem água esse ano para trafegar”, diz o pescador José Ribamar Nogueira da Silva.
De acordo com o monitoramento, o Paraná do Manaquiri seca, em média, 20 cm por dia.
“O nosso rio está um mês antecipado da estiagem do ano passado para essa de hoje. Então, é preocupante. Possivelmente vai superar o ano passado e a tendência é que, Deus o livre, até chegar a mortandade de peixe”, conta Rondiney da Silva Pereira, agente de Defesa Civil de Manaquiri.
Quem mora às margens dos rios enfrenta também o desafio de ter água tratada. O agricultor Ivanildo Freire de Sousa navegou 1 km e subiu muitos degraus até o ponto de abastecimento mais próximo. O esforço dele atende toda a família, que já está com a casa flutuante encalhada há dois meses.
“Até 20 de dezembro, dia 20 de dezembro é que água nova chega aí. É quando a gente flutua de novo”, diz.