Brasília, 03/10/2024

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Conselho Nacional de Justiça afasta juíza bolsonarista de Minas Gerais

O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) determinou o afastamento cautelar a juíza Ludmila Lins Grilo, responsável pela Vara Criminal, de Júri e de Infância e Juventude da comarca de Unaí, em Minas Gerais, nesta terça-feira (14).

No mesmo dia, o CNJ abriu dois processos administrativos disciplinares por suspeita de negligência no exercício da magistratura e manifestações partidárias em suas redes sociais, o que fere “a ética e o decoro do cargo”. A juíza ficou conhecida por defender de maneira contumaz o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e pautas negacionistas.

Um relatório elaborado na comarca da juíza identificou, entre as irregularidades, extravio de processos, identificação de 1.291 processos paralisados, faltas ao trabalho todos os dias da semana, sem autorização do Tribunal de Justiça, morosidade excessiva e 23 processos parados aguardando despachos há mais de um ano.


Ludmila Lins Grilo ao lado de Olavo de Carvalho / Reprodução/Instagram

“As irregularidades são inúmeras. Mas um fato une todas: a reclamada não cumpre seus deveres básicos, deixando de comparecer ao fórum, mesmo sem autorização para realizar teletrabalho, negligenciando a gestão do cartório e deixando de fiscalizar os atos de seus subordinados. Ao invés de priorizar a execução desses deveres de gestão, a magistrada participa de inúmeras atividades na internet, em entrevistas, livros e cursos pertencentes à empresa da qual é sócia”, disse o ministro Luis Felipe Salomão, corregedor nacional de Justiça.

“Há réus presos sem sentença, réus soltos sem audiência, em um desleixo absoluto com a atividade judicante. Um imenso desprestígio à jurisdição, com a insistência de trabalhar de forma 100% digital, o que acarreta números elevados de prescrições, pautas longas, processos sem sentença, extraviados”, concluiu Salomão. (BdF)

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