Brasília, 29/09/2024

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Contra protestos, Maduro coloca Forças Armadas nas ruas da Venezuela e faz convocação pró-governo

O presidente da VenezuelaNicolás Maduroanunciou o posicionamento das Forças Armadas e policiais nas ruas e comunidades do país a partir desta quarta-feira (31), em meio a protestos nacionais contra seu governo desde sua vitória nas eleições do último domingo (28).

Maduro anunciou a medida em uma reunião conjunta do Conselho de Estado e de Defesa com autoridades de seu governo na tarde desta terça (30) e a informou ao público venezuelano em pronunciamento horas mais tarde. O presidente disse que “quer ver os policiais nas ruas até que haja a consolidação do plano de paz”.

Maduro também convocou seus apoiadores para comparecerem nesta quarta para a frente ao Palácio de Miraflores, sede do governo, para um protesto em seu favor.

As medidas são uma resposta do governo à onda de protestos de oposição que tomaram o país desde segunda-feira (29), com o anúncio da vitória de Maduro nas eleições com 51% dos votos, segundo dados do Conselho Nacional Eleitoral (CNE).

Os números divulgados pela autoridade eleitoral são contestados pela oposição e pela comunidade internacional, que pedem a divulgação das contagens completas dos votos —um processo que Maduro chamou de “tentativa de desestabilização” do país.

Os protestos em todas as regiões do país, que se estendem até a noite desta terça (30), deixaram ao menos 11 mortos e dezenas de feridos, segundo ONGs venezuelanas. Maduro responsabilizou seus principais opositores, María Corina Machado e Edmundo González, pelos protestos e disse que “a Justiça vai chegar para eles”.

O presidente Maduro responsabilizou seus opositores, Edmundo González e María Corina Machado, “pela violência, pelos mortos e pela destruição” ocorridos no país desde as eleições e disse que “a Justiça vai chegar” para eles.

O procurador-geral venezuelano disse nesta terça que mais de 700 pessoas já foram presas. Nesta terça, Maduro prometeu penas de até 30 anos para os manifestantes presos: “passarão, no mínimo, de 15 a 30 anos na prisão e desta vez não haverá perdão.”

Maduro: ‘a Justiça vai chegar’

O presidente Maduro responsabilizou seus opositores, Edmundo González e María Corina Machado, “pela violência, pelos mortos e pela destruição” ocorridos no país desde as eleições. “A Justiça vai chegar”, disse Maduro disse Maduro nesta terça (30).

“A responsabilidade é sua, senhor Edmundo Gonzalez Urrutia, por tudo o que está acontecendo na Venezuela, pela violência criminosa, pelos delinquentes, pelos feridos, pelos falecidos, pela destruição. O senhor será o responsável direto, senhor Gonzalez Urrutia, e a senhora também, senhora Machado. E a justiça vai chegar”, afirmou Maduro.

Protestos da oposição tomaram a Venezuela desde a divulgação, na segunda (29), pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) dos resultados das urnas, que deram a vitória ao atual presidente com 51,2% dos votos. A oposição e a comunidade internacional questionam os números do CNE e pedem transparência (leia mais abaixo).

As manifestações se espalharam por todas as regiões do país nesta terça e tiveram pelo menos 11 mortos e dezenas de feridos até o momento, segundo ONGs. Corina Machado e González lideraram um protesto em frente à sede da ONU em Caracas. Mais de 700 manifestantes foram presos no país desde as eleições, segundo o procurador-geral da Venezuela.

O presidente venezuelano afirmou também que o país está sofrendo uma tentativa de desestabilização.

“Estamos enfrentando uma investida mundial, do imperialismo estadunidense, de Elon Musk, da direita internacional extremista e do narcotráfico colombiano para se apoderar do país por meio da criminalidade, do caos, da violência, da manipulação e da mentira”, disse Maduro.

O presidente afirmou que a oposição, apoiada pela comunidade internacional, “pretende tomar o poder de maneira violenta” e alegou que diversas sedes do Conselho Nacional Eleitoral foram alvos de grupos criminosos, os quais ele chamou de terroristas. As sedes do CNE teriam máquinas queimadas e funcionários eleitorais agredidos.

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