Segundo o governo cubano, as principais razões para esta crise incluem avarias frequentes em antigas usinas termelétricas, muitas das quais estão em operação há mais de 40 anos. Soma-se a isso a escassez de combustível, que tem prejudicado o funcionamento ideal das unidades geradoras de energia. Além disso, o governo reconheceu que a falta de moeda estrangeira dificulta a aquisição dos recursos necessários para lidar com essa situação.
Pelo menos quatro apagões nacionais foram registrados nos últimos seis meses. O mais recente ocorreu há quase duas semanas, quando quase 10 milhões de pessoas ficaram sem energia durante um fim de semana inteiro.
Segundo dados da UNE, a capacidade máxima de geração de energia elétrica para este sábado é de 1.830 megawatts (MW), enquanto a demanda chegará a 3.280 MW. Isso deixa um déficit de 1.450 MW, o que exigirá que um total de 1.520 MW sejam desconectados à noite para evitar apagões descontrolados.
Apagões recorrentes
Apagões recorrentes têm efeitos devastadores na economia cubana. Em 2023, a economia da ilha contraiu 1,9%, e as projeções para 2025 não preveem uma recuperação significativa. O Produto Interno Bruto (PIB) continua abaixo dos níveis de 2019 e, segundo estimativas oficiais, não deve superá-los neste ano.
Especialistas independentes apontam que a crise energética é consequência do subfinanciamento crônico do setor elétrico, que permanece sob controle estatal desde a Revolução Cubana de 1959. O governo, por outro lado, atribui parte da responsabilidade às sanções impostas pelos Estados Unidos, que afetaram a capacidade de Cuba de adquirir tecnologia e recursos.
Para enfrentar esta crise, estimativas independentes sugerem que Cuba precisaria entre US$ 8 bilhões e US$ 10 bilhões para renovar e melhorar a infraestrutura energética do país, uma tarefa monumental que parece distante devido à escassez de moeda estrangeira e à capacidade limitada de investimento.
El Nacional com informações da Efe.