Brasília, 03/10/2024

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Delator revela tentativa frustrada de matar Marielle ainda em 2017

Em delação premiada à Polícia Federal (PF) e ao Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), o ex-policial militar Élcio Vieira de Queiroz (foto), apontado pelas investigações como motorista do carro usado no atentado contra Marielle Franco – preso desde 2019 – relatou a existência de uma tentativa frustrada de matar a vereadora em 2017.

Marielle e seu motorista, Anderson Gomes, foram mortos em 14 de março de 2018, pelas mãos do ex-policial Ronnie Lessa, que também está preso desde 2019. Durante sua delação à PF e ao MPRJ, Élcio disse que Ronnie afirmou ter tentado cometer o crime meses antes, no final de 2017.

Segundo Élcio, os dois estavam juntos na virada do ano de 2017 para 2018, quando Ronnie, bêbado, contou que semanas antes ele tentou “pegar a mulher que estavam monitorando há alguns meses”, acompanhado do ex-sargento dos Bombeiros, Maxwell Corrêa, o “Suel”, preso nesta segunda-feira (24) , e por Edmilson, conhecido como “Macalé”, um policial militar morto a tiros em 2021.

Ainda de acordo com a delação de Élcio, Ronnie contou que a tentativa não deu certo porque porque Maxwell disse que o carro “deu problema” e “falhou” na hora em que eles se preparavam para matar Marielle. A delação também aponta que, na opinião de Ronnie Lessa, Maxwell teve medo de continuar e, por isso, relutou.

No momento em que confessou a tentativa frustrada de emboscada e assassinato, Ronnie também teria dito que ele,  Maxwell e Edmilson foram atrás da “mulher que estavam monitorando” em um táxi nas proximidades do bairro Estácio. Maxwell estava dirigindo, Ronnie levava submetralhadora MP5 no banco do carona e Edmilson estava com um fuzil AK47 no banco de trás “para segurar o trânsito se houvesse necessidade”, delatou Élcio.

No depoimento Élcio confessou que dirigiu o carro Cobalt de cor prata usado na noite do atentado contra Marielle, e afirma que Ronnie fez os disparos com uma submetralhadora . Os dois serão julgados pelo Tribunal do Júri, numa sessão que ainda não tem data e hora marcadas.

Élcio disse ainda que o ex-bombeiro Maxwell Simões Corrêa, o Suel, ficava de tocaia vigiando a vereadora e ia participar da emboscada com o carro, mas acabou sendo substituído pelo próprio Élcio.

Suel foi preso nesta segunda-feira (24) na primeira fase da Operação Élpis, a primeira desde que a PF assumiu o caso no início de 2023. Em 2021, Suel já havia sido condenado a quatro anos de prisão por atrapalhar as investigações. (IG)

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