Brasília, 01/10/2024

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Economista e ex-presidente do BC, Celso Pastore morre aos 84 anos

Affonso Celso Pastore, economista e ex-presidente do Banco Central do Brasil (BC), morreu nesta quarta-feira (21), em São Paulo, aos 84 anos. Ele estava internado no Hospital Albert Einstein desde o último final de semana, com problemas vasculares em uma das pernas.

Doutor em Economia pela Universidade de São Paulo (USP), Pastore foi um dos economistas mais respeitados do país, tanto no meio acadêmico como no serviço público.

Em 1973, tornou-se livre docente e professor da FEA-USP. Entre 1979 e 1983, foi secretário da Fazenda do Estado de São Paulo. Presidiu o BC entre 1983 e 1985, no governo de João Figueiredo, durante a ditadura militar.

Anos depois, em 1993, passou a atuar também como consultor em economia ao fundar a A.C. Pastore Consultores e Associados junto de sua esposa, Maria Cristina Pinotti.

As homenagens ao economista serão prestadas nesta quarta-feira, das 13h às 17h, no Cemitério Morumby.

Carreira e vida pública

Affonso Celso Pastore nasceu em 19 de junho de 1939, na cidade de São Paulo. O economista se dedicou, durante toda a carreira, à vida acadêmica, com dezenas de estudos e livros publicados. Mas teve também uma passagem por cargos públicos em diferentes governos.

Em entrevista ao projeto “História Contada do Banco central do Brasil”, que reúne conversas com os presidentes da instituição, Pastore afirmou que sua escolha pela economia foi guiada apenas pelo gosto pessoal, sem influência da família.

Começou a carreira pública em 1966, como assessor do então secretário da Fazenda do Estado de São Paulo, Antônio Delfim Neto, que foi o orientador de Pastore durante sua pós-graduação. No ano seguinte, Delfim virou ministro da Fazenda e Pastore passou a integrar a equipe ministerial.

Em 1979, assumiu o cargo de secretário da Fazenda do Estado de São Paulo, durante o governo de Paulo Maluf.

Sobre a experiência de trabalhar na Fazenda do governo estadual, Pastore afirmava que seu papel era gerenciar o fluxo de caixa, o que o fez deixar de lado, por um tempo, o papel de acadêmico para assumir o papel de gestor.

“Acredito que todos que desejam refletir sobre política econômica deveriam submeter-se a essa experiência de gestor”, disse o economista em entrevista ao BC.

Poucos anos depois, entre 1983 e 1985, presidiu o Banco Central, durante o governo do ex-presidente militar João Figueiredo, último mandatário da ditadura militar brasileira. Pastore considerava que, durante essa vivência, ele não foi propriamente um presidente de banco central, mas, sim, o administrador de uma crise.

Naquela época, o Brasil já vivia a crise da dívida externa, com as reservas de caixa negativas em US$ 2 bilhões, e os esforços eram direcionados para a renegociação dos valores e a busca por financiamentos.(G1)

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