Em meio a denúncias de assassinatos cometidos por policiais militares em São Paulo, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) cantou um trecho da música Boate Azul, num clima descontraído, em entrevista à rádio da Associação das Emissoras Rádio e Televisão do Estado de São Paulo (AESP), na manhã desta terça-feira (3).
“Doente de amor, procurei remédio na vida noturna com a flor-da-noite em uma boate aqui na zona sul”, cantarolou o chefe das polícias do estado um dia após vir à tona um vídeo em que um policial militar joga um homem de uma ponte na Cidade Ademar, na Zona Sul da capital.
Mais cedo, Tarcísio publicou em seu perfil no X que a “Polícia Militar de São Paulo é uma instituição que preza, acima de tudo, pelo seu profissionalismo na hora de proteger as pessoas”.
“Policial está na rua para enfrentar o crime e para fazer com que as pessoas se sintam seguras. Aquele que atira pelas costas, aquele que chega ao absurdo de jogar uma pessoa da ponte, evidentemente não está à altura de usar essa farda. Esses casos serão investigados e rigorosamente punidos. Além disso, outras providências serão tomadas em breve”, concluiu.
O governador também fez referência à morte de Gabriel Renan da Silva Soares, atingido por pelo menos oito tiros nas costas no estacionamento do Oxxo, no Jardim Prudência, também na Zona Sul da capital, em 3 de novembro. O policial alegou legítima defesa, mas os vídeos sustentam o depoimento da família, que diz que o jovem foi executado pelas costas pelo policial Vinícius de Lima Britto.
Quanto ao homem que foi jogado de uma ponte, o Brasil de Fato questionou a Secretaria de Segurança Pública (SSP) sobre detalhes do caso e não teve retorno. A reportagem perguntou sobre o estado da vítima e quem são os agentes das Rondas Ostensivas com Apoio de Motos (Rocam) que estiveram na ação.
Mais cedo, o secretário da Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Muraro Derrite, afirmou que determinou o afastamento imediato dos policiais envolvidos na ação. A partir de hoje, os agentes devem cumprir expediente administrativo na Corregedoria da Polícia Militar, justamente o órgão responsável por investigar denúncias contra integrantes da corporação.