Brasília, 29/09/2024

Brasília, 29/09/2024

Encontro de empresários lusófonos promove integração comercial entre membros da CPLP

Semana marcada por reuniões e apresentações teve ponto alto na quinta, em recepção feita por escritório no Lago Sul

Empresários, representantes governamentais e políticos participaram, nesta nesta semana, do 1º Encontro de Cultura e Negócios dos Países de Língua Portuguesa. Realizado pelo Instituto do Jovem Exportador, ou apenas Ijex, o evento foi uma oportunidade para criar conexões entre as nações lusófonas, aproveitando-se da facilidade de comunicação entre falantes do Português para impulsionar parcerias ao redor do mundo. Na quinta (11), os participantes foram recebidos na sede do escritório Valadares, Coelho, Leal & Advogados, no Lago Sul, para apresentações e troca de contatos, além de reuniões para possíveis parcerias e estratégias de expansão de empresas brasileiras no exterior num evento marcado como “The Match” no cronograma do encontro.
O escritório em questão tem no Direito Internacional um dos principais focos de atuação, o que também permitiu aos presentes algumas considerações sobre o mercado global. Sócio e fundador, Alex Valadares destacou durante sua fala de apresentação que “essa é uma área que tem crescido muito nos últimos anos”, com a integração mundial – sobretudo digital -, o que gera “novos desafios” para exportadores e importadores em todo o planeta.
Missões diplomáticas dos membros da CPLP estiveram no local. Conselheiro do Ijex e presidente da Câmara de Comércio Afro-Brasileira, ou AfroChamber, Rui Mucaje celebrou a realização do encontro. “Temos levantado a pauta da África. As grandes empresas abriram os olhos para o mercado africano, mas as médias e pequenas têm ficado de fora. O Ijex as vêm incluindo nesse processo. Estamos falando de 1,4 bilhão de pessoas e estamos falando de um continente totalmente aberto ao Brasil. Nós vemos o país como nosso irmão mais velho, que deu certo”, aponta o gestor, que está há mais de 40 anos no Brasil em prol da integração do país com a África.
Assim como Mucaje, Ronan Pires, empresário e presidente do Ijex, classifica o local como “a última fronteira do desenvolvimento” mundial.

“Quando se fala em língua portuguesa, pensa-se apenas em Portugal, que seria um país de entrada para os lusófonos na Europa. Os empresários africanos têm escritório na Alemanha, na Rússia, no mundo todo”, comenta.

Além disso, Pires indica também que a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, pelas suas dimensões e pelo alcance do idioma, permite “conhecer Europa, Ásia, Índia ,até o Sri Lanka por meio da Língua Portuguesa. A dimensão que isso traz de informação para adequar os meus produtos e serviços. Eu consigo entender o mercado chinês falando português, por causa de Macau”.
A recepção no Lago Sul faz parte de um calendário cheio durante a semana. Iniciado na segunda (8), o 1º Encontro de Cultura e Negócios dos Países de Língua Portuguesa contou com painéis, palestras, rodadas de negociação, apresentações e até momentos de cultura e lazer, como a visita ao Planetário de Brasília, na quarta (10). O evento foi encerrado no Setor de Oficinas Sul, em um espaço corporativo. O evento se encerra no sábado (13), após um almoço com uma comida brasileira de fama mundial: o churrasco.

De tudo um pouco
Mais de 20 representantes de empresas estiveram no Lago Sul, em busca de estabelecer redes de contato dentro e fora do Brasil. E havia de tudo: do suco natural produzido no Distrito Federal ao biquíni confeccionado em Curitiba, passando pelo açaí amazônico e incluindo até a construção civil. A arquiteta Bruna Paschoal, que há pouco abriu o próprio escritório e planeja prestar serviços em outros continentes, conta que os contatos feitos no encontro a deixaram animada para novas possibilidades.

“É muito legal a possibilidade de exportação do meu serviço, o que é importante para não depender da Economia de um único país. Aqui eu já me destaco pela tecnologia que eu uso nos meus projetos, mas penso sempre em adaptar à cultura do local, respeitando as culturas deles”, pontua.

A Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos, a Apex, estima que os nove países que compõem a CPLP representam, juntos, o 14º destino mais frequente para os produtos brasileiros. Além de Brasil e Portugal, estão no grupo Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste. Ou seja, o grupo abrange quatro continentes e mais de 270 milhões de habitantes. E, por falar em Apex, Ronan Pires lembra que a instituição soltou outra informação importante:

“Recentemente, a Apex fez uma pesquisa para saber por quê as empresas brasileiras são tão tímidas no exterior. E um dos motivos é a falta de conhecimento sobre os outros países. A África do Sul, por exemplo, tem 17 empresas brasileiras e mais de 600 alemãs. O que falta é ousadia, informação e coragem. Esse é o objetivo desse encontro”, completa o empreendedor.

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