Brasília, 01/10/2024

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EUA vão retomar sanções à Venezuela se candidata da oposição continuar barrada das eleições

Os Estados Unidos vão restabelecer as sanções ao setor petrolífero da Venezuela se o governo do país sul-americano não permitir que uma importante candidata da oposição concorra à Presidência neste ano, disse uma autoridade da Casa Branca nesta segunda-feira (29).

O governo de Joe Biden permitirá que sanções relacionadas ao setor energético sejam retomadas em abril, após seis meses de suspensão, se Maria Corina Machado (foto) e outras figuras da oposição não forem autorizadas a disputar contra o presidente Nicolás Maduro, pontuou a fonte sob condição de anonimato.

A Suprema Corte da Venezuela manteve, na sexta-feira (26), a proibição que impede Machado de se registrar para as eleições marcadas para o segundo semestre de 2024, argumentando que ela apoia as sanções dos EUA, se envolveu em corrupção e perdeu dinheiro associado aos ativos estrangeiros da Venezuela.

Em outubro de 2023, os Estados Unidos condicionaram a suspensão das sanções contra a Venezuela à libertação de prisioneiros pelo governo de Nicolás Maduro, incluindo americanos “detidos injustamente”, e ao progresso para o fim das proibições a uma série de membros da oposição no país sul-americano.

Em dezembro, a Venezuela libertou 24 de seus próprios cidadãos e 10 americanos em troca da liberdade de um aliado de Maduro e da extradição de um empresário malaio procurado pelos EUA.

Entretanto, a decisão judicial contra Machado e as recentes prisões de membros da oposição levaram os EUA a ameaçarem o restabelecimento das sanções.

“A menos que Maduro e os seus representantes na Venezuela consigam voltar ao caminho certo, especificamente no que diz respeito a permitir que todos os candidatos presidenciais concorram nas eleições deste ano, não estaremos em posição de renovar a Licença Geral 44, que proporciona alívio ao setor do petróleo e gás da Venezuela, quando for o período de renovação, em abril”, disse o funcionário da Casa Branca.

A autoridade afirmou ainda que os EUA também estavam considerando impor outras medidas para punir o governo venezuelano, mas as possíveis ações não foram especificadas.

O Ministério das Comunicações da Venezuela não respondeu a um pedido de comentário.

EUA cobram ações da Venezuela

O porta-voz de segurança nacional da Casa Branca, John Kirby, advertiu que “muito vai depender do que Maduro e seu regime fizerem”, durante coletiva de imprensa.

“Eles têm até a primavera para honrar seus compromissos. Eles têm decisões que precisam tomar antes de avaliarmos quais decisões tomaremos”, adicionou.

Em outubro de 2023, Washington emitiu uma licença geral de seis meses autorizando transações dos EUA com o setor do petróleo e gás da Venezuela e uma segunda licença autorizando operações da empresa estatal de mineração de ouro Minerven.

Também eliminou a proibição de negociação dos EUA no mercado secundário de títulos soberanos venezuelanos. Essas foram as suspensões mais significativas das duras sanções da era Trump.

Machado, uma engenheira industrial de 56 anos que venceu por marem significativa as primárias da oposição em outubro, ressaltou nesta segunda-feira (29) que não se afastará em favor de um substituto, apesar da decisão judicial.

“Não há recuo. Temos um mandato e vamos completá-lo”, pontuou Machado em entrevista coletiva em Caracas. “Candidato substituto é o plano de quem não quer mudança e nosso plano é mudança, ponto final”, concluiu.

Ela ainda classificou a decisão como um “crime judicial”, acrescentando que ainda haverá muitos obstáculos a superar, mas que haverá eleições este ano.(CNN)

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