Em carta enviada ao Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) nesta sexta-feira (13), o ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araghchi, classificou os ataques israelenses ao país como uma “declaração de guerra” e solicitou ação imediata do órgão internacional.
Após os bombardeios de Israel, iniciados na madrugada desta sexta, o chefe do Estado‑Maior das Forças Armadas iranianas declarou que Teerã “não terá limites” na sua resposta ao ataque, afirmando que “o regime terrorista que ocupa Al Quds (Jerusalém) cruzou todas as linhas vermelhas”.
Durante a ofensiva, Israel atingiu mais de 100 alvos com cerca de 200 caças — em operação chamada “Rising Lion” — e matou figuras-chave do Irã.
Entre os mortos estão o general Hossein Salami, comandante-em-chefe da Guarda Revolucionária desde 2019, e o general Mohammad Bagheri, chefe do Estado‑Maior das Forças Armadas.
A ofensiva também vitimou seis cientistas nucleares e outros altos comandantes, incluindo Ali Shamkhani e Gholam Ali Rashid, e atingiu instalações nucleares como a usina de Natan.
Em resposta, o Irã lançou mais de cem drones contra o território israelense — a maioria interceptada — e anunciou que continuará revidando com uma retaliação “amarga e dolorosa”.
O Irã acusa Israel de violar a Carta da ONU e exige que o Conselho de Segurança oponha-se ao que chama de agressão.
De acordo com o governo israelense, o ataque foi direcionado contra alvos relacionados à indústria nuclear iraniana. A ação ocorre após o fracasso das negociações sobre o tema entre Irã e Estados Unidos.
Irã rechaça acordo com EUA
No último dia 4, o Brasil de Fato acompanhou in loco o pronunciamento do líder supremo do Irã, aiatolá Seyyed Ali Khamenei, que rechaçou de forma dura os termos apresentados pelos EUA para o acordo. O governo Trump exige que o Irã abandone o enriquecimento de urânio, considerado peça chave na indústria nuclear.
A resposta de Khamenei foi direta: “Eles não podem fazer droga nenhuma a respeito”, declarou, inflamando a multidão que lotava o Mausoléu de Ruhollah Khomeini, líder da revolução islâmica.
“A proposta (sobre o programa nuclear iraniano) apresentada pelos americanos é 100% contrária ao lema ‘nós podemos’”, declarou o aiatolá Khamenei, em referência aos pilares da Revolução Islâmica de 1979 sobre a independência do país.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta sexta-feira (13) que o Irã deve “fechar um acordo” e alertou que, em caso contrário, haverá mais “morte e destruição”, depois que Israel destruísse instalações nucleares iranianas.
“Já houve muita morte e destruição, mas ainda há tempo para fazer com que este massacre, com os próximos ataques já planejados sendo ainda mais brutais, talvez”, escreveu Trump em sua plataforma Truth Social.
“É preciso que o Irã feche um acordo, antes que não reste nada… APENAS FAÇAM, ANTES QUE SEJA TARDE DEMAIS”, acrescentou. (Brasil de Fato)