Brasília, 02/10/2024

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Israel ordena saída de mais de um milhão de habitantes de Gaza em 24h

O Exército israelense ordenou a saída imediata de mais de um milhão de habitantes do norte da Faixa de Gaza para o sul, em meio ao seu intenso bombardeio em represália pelos ataques do Hamas, enquanto a ONU pedia o cancelamento da medida e advertia sobre as consequências “devastadoras” da medida.

Em um comunicado, o Exército israelense convocou a “retirada de todos os civis da Cidade de Gaza de suas casas, para o sul, para sua própria segurança e proteção, e se transferir para a área ao sul de Wadi Gaza”.

Desde o início das hostilidades, em 7 de outubro, na esteira de um sangrento ataque do movimento islâmico palestino Hamas, cerca de 1.200 pessoas morreram em Israel, a maioria civis.

Na Faixa de Gaza, os maciços bombardeios israelenses, lançados em resposta, deixaram 1.417 mortos, incluindo muitos civis, segundo as autoridades locais.

Informada momentos antes da ordem israelense de “realocar” 1,1 milhão de habitantes do norte de Gaza para o sul em 24 horas, urgiu a anulação imediata dessa medida, após alertar que sua execução é “impossível”.

“Consequências devastadoras”

“Hoje (12 de outubro), pouco antes da meia-noite, horário local”, os funcionários da ONU em Gaza “foram informados por seus oficiais de ligação do Exército israelense de que toda a população ao norte de Wadi Gaza devia ser realocada para o sul em 24 horas”, disse Stéphane Dujarric, porta-voz do secretário-geral da ONU.

“As Nações Unidas pedem, com firmeza, que, se confirmada, anule-se qualquer ordem deste tipo, evitando o que pode transformar o que já é uma tragédia em uma situação calamitosa”, acrescentou. “A ONU considera impossível que este movimento ocorra sem consequências humanitárias devastadoras”, disse o porta-voz.

Horas antes, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Betanyahu, prometeu destruir o Hamas, depois de falar em Tel Aviv com o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken.

“Assim como o EI (Estado Islâmico) foi esmagado, o Hamas será esmagado”, disse Netanyahu.

Já Blinken ratificou na quinta-feira seu apoio a Israel, embora tenha pedido que se considere as “aspirações legítimas” dos palestinos e das “necessidades humanitárias” em Gaza.

“Você pode ser forte o suficiente para se defender” sozinho, “mas, enquanto os Estados Unidos existirem (…), estaremos sempre ao seu lado”, declarou Blinken, após se reunir com Netanyahu em Tel Aviv.

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