Tainá Falcão, CNN
O presidente do PSD, Gilberto Kassab, tem se distanciado do governo Lula para tentar conquistar a confiança de bolsonaristas. A avaliação é de integrantes do centrão. Segundo apurou a CNN, Kassab quer apoio do entorno do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para viabilizar seu nome como vice do governador Tarcísio de Freitas numa eventual disputa pela reeleição em São Paulo.
Exemplos desse movimento seriam as críticas disparadas contra o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Depois de chamar o ministro da Fazenda de “fraco”, Kassab voltou a disparar contra Haddad. Disse que a pasta comandada pelo petista é “frágil” e, por isso, enfrenta dificuldades de “avançar” com projetos.
Após um um hiato na relação, Bolsonaro (PL) procurou o presidente do PSD para pedir apoio ao projeto que anistia os envolvidos no 8 de janeiro. Na Câmara, a indicação de Kassab seria pela liberação da bancada para votar conforme a conveniência.
Jogo duplo
Já integrantes do governo avaliam que o presidente do PSD age para pressionar Lula por mais espaço na reforma ministerial. Atualmente, o partido ocupa três pastas: Minas e Energia, Agricultura e Pesca. O protagonismo do PSD no governo pode aumentar se o ex-presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) aceitar a oferta de Lula.
A pasta indicada a Pacheco, neste momento, seria a de Indústria e Comércio, do vice-presidente Geraldo Alckmin. Aliados do senador mineiro reclamam, no entanto, que o espaço não seria suficiente para projetá-lo ao governo de Minas. O ideal, ainda segundo essas fontes, seria algo do tamanho do Ministério da Justiça.