Brasília, 28/09/2024

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Nicolás Maduro: o presidente autoritário que quer o 3º mandato na Venezuela

Nicolás Maduro terá um capítulo decisivo em sua vida pessoal e política neste domingo (28). Se vencer as eleições na Venezuela, garante o terceiro mandato como presidente e mais seis anos no poder. Se perder, será o protagonista do fim de um ciclo de 25 anos de governos chavistas.

Aos 61 anos, Nicolás Maduro Moros nasceu em Caracas. Após concluir o ensino médio, ele conseguiu um emprego como motorista de ônibus no sistema do Metrô de Caracas.

A escalada ao poder começou ainda como motorista. Maduro fundou um novo sindicato para representar os trabalhadores do Metrô de Caracas, no fim da década de 1970.

Mais tarde, tornou-se militante do Movimento Bolivariano Revolucionário 200 (MBR-200), que era liderado por Hugo Chávez. Em 1992, após a tentativa de golpe fracassada e a prisão de Chávez, Maduro ganhou fama pelo ativismo em favor da libertação do líder revolucionário.

Nos anos seguintes, Maduro foi eleito deputado, nomeado chanceler, até chegar à Presidência. O governo dele é marcado por polêmicas, crises econômicas e isolamento internacional.

Alto, com um bigode espesso que exibe com orgulho, o ex-motorista de ônibus e dirigente sindical de explora os estereótipos de “homem do povo”, de “presidente trabalhador”, como gosta de ser chamado, para seu benefício político, evocando um passado de vida simples em longas noites televisionadas com Cilia Flores, sua esposa e “primeira combatente”, muito poderosa nos bastidores.

Autoritarismo

Nicolás Maduro foi acusado de manter um governo autoritário ao longo dos últimos 11 anos. Durante o mandato, foi denunciado por perseguir opositores, centralizar o poder e, até mesmo, tentar anexar parte do território da Guiana.

Alvo de vários protestos, Maduro optou por usar a repressão para combater quem se manifestava contrariamente ao governo. Os maiores movimentos foram registrados entre 2014 e 2019.

Durante as manifestações, testemunhas relataram ações de violência por parte das forças de segurança, além de prisões arbitrárias e mortes. Somente em 2019, segundo levantamento do Observatório Venezuelano de Conflito Social, 67 pessoas morreram em ações contra o governo.

Um dos protestos, em 2017, foi motivado pela convocação de Maduro de uma Assembleia Constituinte, sem a participação do Parlamento. O presidente justificou que uma nova Constituição iria ajudar a solucionar a crise que o país vivia.

Por outro lado, analistas viram o movimento de Maduro como uma tentativa de driblar o Congresso, que era controlado pela oposição. Ainda em 2017, a Assembleia Constituinte composta por chavistas tomou os poderes do Parlamento.

A Constituinte acabou sendo encerrada em 2020, sem propor uma nova Constituição. No mesmo ano, o partido de Maduro venceu as eleições legislativas. Ou seja, o Congresso retomou o poder, mas com maioria do governo.

Além disso, os últimos processos eleitorais da Venezuela foram marcados por denúncias de irregularidades, com opositores sendo impedidos de concorrer. (G1)

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