Planejamento na pré-temporada

Com a última rodada do Campeonato Brasileiro no começo de novembro, o elenco só voltou às atividades após o Natal. Os jogadores ainda solicitaram que a reapresentação fosse após o ano novo, o que não foi aceito pelo departamento de futebol. Sendo assim, o elenco deu início aos trabalhos no CT ainda sem a presença do treinador escolhido pela diretoria, que ainda tinha contato com o Corinthians. A preparação tardia fez com que o Flamengo, além de se apresentar mal nas primeiras competições do ano, sofresse com os erros do planejamento que ainda começou no ano passado.

Escolha de treinadores

Munido de um elenco tecnicamente superior à média dos demais no cenário continental, mas com algumas lacunas severas em sua montagem, o Clube parece não ter padrão para escolher seus treinadores desde a saída de Jorge Jesus. As apostas em treinadores gringos e posicionais têm sido uma temática dessa diretoria. Mesmo com a sequência de fracassos com Domenec Torrent, Paulo Sousa e Vitor Pereira, o presidente Landim resolveu “bancar” a escolha de Jorge Sampaoli dizendo que via no argentino as características ofensivas que o Flamengo merece. Avaliando desempenhos, é um fato que o Flamengo viveu seus melhores momentos e conquistou seus melhores resultados com técnicos brasileiros que não praticavam o tal Jogo de Posição.

Ambiente interno

Muito foi falado sobre o ambiente interno do Flamengo. Se em alguns momentos do ano as crises apontavam para supostas relações ruins entre os próprios jogadores, as últimas notícias dão conta de um departamento de futebol com pouco comando e com muitas crises internas. Gabigol teve discussão forte com Marcos Braz, foi multado e afastado de um jogo. Logo depois, recentemente, após uma virada fora de casa pelo Brasileirão, Pedro foi agredido pelo agora ex-preparador físico do clube e amigo pessoal de Jorge Sampaoli Pablo Fernandez. Vale ressaltar os casos de ex-jogadores com casos similares de problemas com técnico e comissão, como os casos de Marinho e Vidal, que saíram do clube pela porta dos fundos.

Falta de transparência

Toda estrutura institucional precisa de transparência. Se o Flamengo é exemplo de transparência em sua gestão financeira, o mesmo não pode ser dito sobre o seu departamento de futebol. As punições de Gabigol e Pedro não foram comunicadas institucionalmente. O mesmo silêncio que chocou boa parte dos torcedores e irritou alguns atletas foi visto no caso envolvendo a agressão sofrida por Pedro. É bem verdade que o ambiente do futebol precisa de privacidade no tratamento de alguns assuntos, mas é preciso que o clube seja mais claro em seus posicionamentos.

Elenco desequilibradoo

Com os cofres cheios, o departamento de futebol do Flamengo, ainda no ano passado, garantiu uma contratação de nível mundial que nunca chegou. Além dessa ausência, as últimas janelas foram muito abaixo das expectativas da torcida e das necessidades de um time que convive com uma epidemia de lesões e tem um elenco muito desigual.