Brasília, 19/05/2025

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Portugal – Coalizão de centro-direita vence, mas não consegue maioria no Parlamento

A coalizão de centro-direita Aliança Democrática (AD) venceu as eleições gerais em Portugal neste domingo (18), mas não conseguiu obter a maioria no Parlamento e deve tomar posse como um governo minoritário pela segunda vez em um ano. O primeiro-ministro Luiz Montenegro seguirá no cargo. Informações do G1.

Essa é a terceira eleição geral em Portugal em três anos, e frustrou as esperanças de que poderia pôr fim ao pior período de instabilidade política no país em décadas.

A coalizão liderada pelo primeiro-ministro em fim de mandato, Luís Montenegro, obteve entre 29% e 34% dos votos, à frente do Partido Socialista, com 21% a 26%, e do partido de extrema direita Chega, com 20% a 24%.

Além disso, o aumento no apoio ao partido populista de extrema direita Chega, com seu foco em conter a imigração e reprimir a corrupção, adicionou ainda mais incerteza ao clima político português. O Chega ainda pode ficar em segundo lugar nas eleições.

Sem a maioria dos assentos, a Aliança Democrática, liderada pelo Partido Social-Democrata, pode tentar recrutar apoio de partidos menores, o que é visto como improvável, ou assumir o poder como um governo minoritário, como fez em seu último mandato. Isso a deixa à mercê de partidos de oposição se unindo para derrubá-la, como aconteceu há dois meses.

A frustração pública com os principais partidos de Portugal gerou um cenário político cada vez mais fragmentado e desafiou os esforços de união em torno de políticas em questões nacionais urgentes, como imigração, moradia e custo de vida.

Crescimento da extrema direita

As pesquisas de boca de urna também apontam que o Chega, partido de extrema direita, vem em terceiro com 20 a 24% dos votos. Segundo o jornal português Publico, as projeções feitas por canais televisivos mostram que Chega e PS estão em empate técnico.

O Chega disputou sua primeira eleição há apenas seis anos, quando conquistou uma cadeira, e se alimentou da insatisfação com os partidos tradicionais mais moderados. Fazendo campanha sob o lema “Salve Portugal”, descreve-se como um partido nacionalista e se inspirou na popularidade de seu líder, advogado e ex-comentador de futebol André Ventura.

Nos últimos 50 anos, os sociais-democratas e o Partido Socialista se alternaram no poder. Os socialistas contemplaram possivelmente seu pior resultado desde 1987, conquistando 55 cadeiras.

Como são as eleições em Portugal

  • Em Portugal, o regime não é igual ao Brasil. O país europeu funciona sob o regime semipresidencialista, formado por um presidente e por um primeiro-ministro. Neste domingo, os eleitores votaram para escolher deputados da Assembleia da República, como é chamado o Parlamento português.
  • Os votos, diferentemente do que ocorre no Brasil, são para um partido, não em um candidato.
  • O partido que obtiver mais votos pode ganhar o controle do Legislativo, mas só se conquistar um número mínimo de assentos no Parlamento.
  • Nas eleições de 2024, a coligação Aliança Democrática (centro-direita) venceu as eleições legislativas por pequena margem: o partido obteve 79 das 230 cadeiras, mas não conseguiu maioria absoluta.
  • Em março deste ano, o primeiro-ministro Luís Montenegro foi derrotado no Parlamento. Foram 142 votos contra 88 para rejeitar a chamada moção de confiança, instrumento usado para medir se o governo tem apoio parlamentar.
  • Os portugueses foram às urnas pela terceira vez em pouco mais de três anos. Elegeram António Costa em janeiro de 2022, que renunciou em novembro de 2023 após ser alvo de busca policial. E depois Montenegro, em março de 2024, que venceu por menos de dois mil votos sobre o Partido Socialista.

 

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