Brasil de Fato (*) – Os desfiles do 25 de Abril em Lisboa e Porto, duas das principais cidades de Portugal, reuniram milhares de pessoas a favor da liberdade e contra o fascismo. A data celebra os 51 anos da Revolução dos Cravos, movimento que em 1974 encerrou 48 anos de ditadura e 13 anos de guerras coloniais na África.
Os manifestantes aproveitaram as marchas para criticar o governo, que decidiu adiar as celebrações oficiais, usando como argumento a morte do papa Francisco e o decreto de luto nacional para este dia. A decisão do governo de centro-direita de adiar certos “eventos festivos” para 1º de maio gerou críticas.
“É um insulto à memória do papa”, disse o coronel reformado Vasco Lourenço, presidente da Associação 25 de Abril, herdeira do “movimento dos capitães” que organizou a Revolução dos Cravos.
Mortágua destacou a grande presença de jovens nas comemorações e disse que isso se explica por sentirem que “também é a data deles, mesmo para quem nasceu muito depois do 25 de abril”, celebrando o dia “não apenas como memória do passado, mas também como ideia de qual país queremos construir no futuro”.
“As manifestações do 25 de abril não são meros desfiles, são manifestações políticas de gente que sai às ruas para dizer que não aceitamos retrocessos, que estamos aqui porque queremos um futuro nosso, queremos sonhar com outro futuro”, disse.,
Extrema direita provocou distúrbios
Vários grupos da extrema direita desafiaram a proibição da concentração que pretendiam fazer na praça Martim Moniz, em Lisboa. O grupo então marchou para o Largo de São Domingos, aonde voltaram a não respeitar a ordem de dispersão.
A polícia acabou por deter o ex-juiz Rui Fonseca e Castro, atual líder do partido de ultradireita português Ergue-te e, em seguida, o grupo que o acompanhava começou a lançar cadeiras e outros objetos contra os agentes.
A polícia prendeu também Mário Machado, líder do grupo neonazista 1143, que é procurado para cumprir pena de dois anos e dez meses após ser condenado pelos crimes de discriminação e incitamento ao ódio e violência contra mulheres de esquerda.
*Com AFP e Esquerda.net