Brasília, 29/09/2024

Brasília, 29/09/2024

Psol priorizará recursos nas campanhas de Guilherme Boulos e Edmílson Rodrigues

À frente do Psol desde 1 de outubro de 2023, Paula Coradi (foto) comandará a legenda pela primeira vez em um processo eleitoral em 2024. A dirigente enfrentará uma conjuntura complexa, com a extrema direita se reorganizando, após a derrota do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em 2022 para Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições presidenciais, mas com a possibilidade real de governar a maior cidade do país, São Paulo, onde o deputado federal Guilherme Boulos (Psol) aparece à frente nas pesquisas.

Em entrevista ao Brasil de Fato, a dirigente afirmou que a campanha de Boulos e do prefeito de Belém (PA), Edmílson Rodrigues (Psol), que tenta a reeleição, devem ser priorizadas na distribuição dos recursos do fundo eleitoral. O partido receberá R$ 126,8 milhões neste ano.

A presidenta do Psol também falou sobre o imbróglio envolvendo a pré-candidatura da deputada estadual Dani Portela (Psol), à prefeitura do Recife e das negociações com o PT em Florianópolis para que o pré-candidato Vanderlei Lela (PT) desista da corrida eleitoral para apoiar Marquito (Psol), que aparece à frente em todas as pesquisas de intenções de voto.

Brasil de Fato: As primeiras pesquisas estão mostrando que o cenário para as pré-candidaturas de esquerda nas capitais é complexo, poucas são competitivas. Como você avalia a conjuntura nacional? É possível imaginar uma ascensão da esquerda nas capitais?

Brasil de Fato: A candidatura de Guilherme Boulos para a prefeitura de São Paulo talvez seja a mais bem colocada e a maior esperança do Psol. Nas últimas semanas, as pesquisas mostraram que o atual prefeito, Ricardo Nunes (MDB), deve ser o principal adversário de Boulos e Pablo Marçal (PRTB) parece ter esfriado. O que você tem pensado dessas movimentações e o que projeta par as próximas semanas?

Nós estamos muito otimistas com o cenário, porque se o Nunes por um lado se consolidou, a nossa candidatura também está muito consolidada. Então mesmo sem a máquina, sem toda a estrutura que o Nunes dispõe hoje, ele sequer conseguiu nos ultrapassar com uma larga vantagem. Isso mostra que nós temos um eleitorado muito sólido e que vai nos levar para o segundo turno e no segundo turno nós vamos disputar para valer. O que eu posso dizer é que São Paulo nas últimas eleições de 2022, tanto Lula como (Fernando) Haddad venceram as eleições da cidade de São Paulo e isso nos dá uma grande esperança de conseguir atrair esse eleitorado para a candidatura do Guilherme Boulos, que representa o campo progressista, que representa a mudança em São Paulo. A gente está muito confiante de que vai dar certo, nós vamos vencer essas eleições e São Paulo vai ser a capital da esperança e do combate à extrema-direita.

Brasil de Fato: Uma das candidaturas mais interessantes do Psol neste ano é de Dani Portela, em Recife. Porém, há um impasse com a Rede, que forma a federação com vocês. O deputado Túlio Gadelha (Rede) tem dito que não abre mão de ser pré-candidato, o que inviabilizaria Portela. Como ficará esse imbróglio?

As convenções formais, onde se consolidam as candidaturas, vão acontecer de 20 a 5 de agosto. Nas convenções nós vamos dentro da federação defender o nome da Dani, ela é a nossa candidata, é a candidata do Psol e é a candidata que nós do Psol achamos que reúne as melhores condições de representar o nosso programa para as eleições em Recife.

Brasil de Fato: Está próximo também a partilha dos recursos do Fundo Eleitoral. A campanha de Boulos será priorizada? Existem outras prioridades?

Estamos construindo a nossa grande meta eleitoral, que é reeleger o Edmílson Rodrigues (em Belém), eleger o Guilherme Boulos e também lutar para ser protagonista e quem sabe vencer em outras grandes cidades, como Niterói e Petrópolis, onde nós estamos muito bem também. Estamos em segundo lugar lá. Em Franca também temos uma boa oportunidade com o Guilherme Cortez, tem o Marquito em Florianópolis, que está em segundo também. Então, temos um vasto leque de cidades para o nosso partido investir. Além do Rio de Janeiro, que é onde temos a maior bancada da Câmara de Vereadores da cidade. A partir dessa análise política, a nossa prioridade será também reeleger todos os vereadores e vereadoras. A nossa divisão de fundo vai respeitar a nossa tática eleitoral e vai respeitar também, claro, o tamanho das cidades. Então tudo isso está sendo levado em conta.

Brasil de Fato: Tenho acompanhado o debate em Florianópolis, onde PT e Psol têm dividido os votos que podem levar um dos dois ao segundo turno com maior consistência. Há alguma conversa com o PT para que Vanderlei Lela, que está atrás, abdique da pré-candidatura para fortalecer a campanha do Marquito, que parece ser mais competitiva?

Esse diálogo está aberto, temos conversado sobre isso, mas o PT colocou também as limitações em relação a um eventual apoio ao Marquito. Nós sempre estamos com o diálogo aberto, estamos com os canais de conversas muito abertos. A gente tem uma boa relação. Então seria muito importante se pudéssemos ter uma única candidatura lá em Floripa.

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