O presidente da Rússia, Vladimir Putin, propôs nesta quinta-feira (27) a criação de um governo provisório na Ucrânia, com o apoio da Organização das Nações Unidas (ONU) e de outros países para que sejam realizadas eleições no país.
Por conta da lei marcial adotada na Ucrânia desde fevereiro de 2022, o pleito presidencial em março de 2024 não foi realizado no país no ano passado e, diante disso, Vladimir Zelensky segue no poder, o que coloca em xeque a legitimidade do ucraniano.
O presidente russo ainda pontuou que, desde o fim da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), grupos neonazistas exercem grande influência política na Ucrânia.
“Existe um problema na Ucrânia sobre o qual se fala, mas de forma superficial, e eu mesmo já mencionei isso. Em que consiste esse problema? Ele está no fato de que, desde o início, após a dissolução da União Soviética, a Ucrânia tem sido fortemente influenciada pelos chamados ‘nacionalistas’, como são conhecidos dentro do próprio país pessoas com visões neonazistas”, afirmou Putin durante conversa com marinheiros.
Além disso, Putin reforçou que a Rússia está pronta para cooperar com todos os países que desejam eliminar as causas do conflito ucraniano em busca de uma solução pacífica. Conforme o presidente, Moscou também está disposta a colaborar com a União Europeia sobre a questão, mas o bloco age de forma incoerente e tenta constantemente “enganar a Rússia”, acrescentou.
“Os curadores da Europa convenceram Kiev a continuar o conflito até o último ucraniano, com o objetivo de impor uma derrota estratégica à Rússia”, afirmou, ao destacar que a Rússia não cometerá mais erros por confiar excessivamente em eventuais parceiros.
O presidente russo mencionou ainda os países do BRICS e a República Popular Democrática da Coreia (RPDC) como parceiros com os quais a Rússia está disposta a trabalhar para uma resposta pacífica sobre o conflito ucraniano.
“Nós acolheremos qualquer passo voltado para a solução desse problema [resolver o conflito na Ucrânia por meios pacíficos, eliminando as causas profundas do conflito] e trabalharemos com qualquer parceiro que busque esse objetivo. Isso não se limita apenas aos Estados Unidos. Isso inclui China, Índia, Brasil, África do Sul, todos os países do BRICS e muitos outros, incluindo a Coreia do Norte”, disse Putin. (Sputnik)