O ex-presidente Rafael Correa, que governou o Equador de 2007 a 2017, apoiou no domingo as alegações de suposta fraude nos resultados eleitorais feitas por Luisa González, candidata presidencial de seu partido político.
González se recusou a aceitar os resultados do segundo turno das eleições, nas quais, segundo dados do Conselho Nacional Eleitoral, foi derrotada pelo atual presidente Daniel Noboa por mais de 10 pontos percentuais.
Correa, por meio de sua conta na rede social X, expressou sua desconfiança com os resultados: “Todo mundo sabe que esses resultados são impossíveis. Tivemos os mesmos 44% do primeiro turno. Esses mafiosos poderiam ter escondido um pouco mais suas verdadeiras cores.”
Com 92,77% dos votos apurados, Noboa, candidato da Ação Democrática Nacional, obteve 55,85% dos votos válidos, contra 44,15% de González, do partido Revolução Cidadã. Isso representou uma diferença de mais de 1 milhão de votos.
Em outra publicação, o ex-presidente expandiu sua posição: “Vocês sabem que, ao contrário dos nossos adversários, sempre aceitamos a vitória do adversário quando ela é justa e honesta. Desta vez não é. Estatisticamente, o resultado é impossível. Luisa teria praticamente o mesmo número de votos do primeiro turno. Eles cometeram uma megafraude, mas erraram: foram longe demais. “Rumo à vitória sempre!”
“A fraude eleitoral mais grotesca”
Em sua primeira declaração após o anúncio dos resultados oficiais, González chamou a eleição de “a fraude eleitoral mais grotesca da história do país” e afirmou que o Equador vive uma ditadura. Ele também anunciou que solicitará uma recontagem dos votos.
Mais de 13,7 milhões de cidadãos estavam aptos a votar neste domingo, dia que determinaria se Noboa seria reconduzido para um mandato completo entre 2025 e 2029, ou se o Correísmo retornaria ao poder após oito anos na oposição. Se tivesse vencido, González teria feito história como a primeira mulher a assumir a presidência do país.
O dia da eleição transcorreu normalmente, com uma participação de 83,76%, embora sob forte esquema de segurança, em meio ao conflito armado interno declarado por Noboa no início de 2024 para lidar com o aumento da violência criminal que colocou o Equador entre os países com as maiores taxas de homicídios da região. (El Nacional)