Quem manda no PL? Ah, sim, Valdemar Costa Neto, conhecido como Sr. Mensalônico. Se respondeu Valdemar Costa Neto, o leitor acertou e errou. De fato, como presidente do Partido Liberal, o político paulista é o operador.
Mas, se é o operador, o que lida com money, Valdemar Costa Neto não é o mandachuva.
Quem realmente decide no PL é o ex-presidente Jair Bolsonaro. Porque, sendo o homem do voto, é popular e aglutina forças em todo o país.
Dono de construtora, shoppings e mineradoras, o senador Wilder Morais, por ser o presidente, é o chefão do PL em Goiás? Sim, é. Mas quem manda de fato, decidindo sobre questões estruturais — como candidaturas majoritárias —, é Bolsonaro.
O fato de Bolsonaro mandar, impondo o que deve ser feito, não diminui Wilder Morais em nada. Porque a presença do ex-presidente em Goiás reforça o PL e agrega forças antigas e novas.
Neste momento, Bolsonaro está surpreso com o movimento dos prefeitos do PL rumo a apoiar Daniel Vilela para governador de Goiás. O ex-presidente não vai operar para barrar o movimento. Pelo contrário, pode até cobrar que fiquem no partido, mas não que deixem de apoiar o pré-candidato do MDB a governador.
Em conversas reservadas, mas sempre vazáveis, Bolsonaro tem dito a alguns políticos que, em Goiás, não se interessa pela disputa do governo do Estado, ou seja, no sentido de o PL lançar candidato a governador.
Ao contrário do PT, Bolsonaro abominar a ideia de lançar candidato apenas marcar posição e reforçar projetos pessoais. Por isso, o ex-presidente vai operar noutra via.
Recentemente, Bolsonaro mandou um recado: o PL de Goiás “deve” enviar para Brasília, em 2026, ao menos um senador.
Não há nada definido, porque o pleito será disputado daqui a um ano e cinco meses. Mas a operação de Bolsonaro é cada vez mais com o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), e com o vice-governador Daniel Vilela.
Major Vitor Hugo e Gustavo Gayer estão no páreo
Não há acordo fechado, mas caminha para se fechar. O Jornal Opção perguntou a um interlocutor frequente de Bolsonaro: “Procede que o ex-presidente vai apoiar Major Vitor Hugo na chapa de Daniel Vilela (governo) e Gracinha Caiado (Senado)?”
O aliado de Bolsonaro respondeu: “Tenho apreço infinito por Vitor Hugo, por sinal amigo do peito de Bolsonaro. Mas o que tenho ouvido, nas conversas com Bolsonaro e aliados, é o seguinte: é muito provável que o PL feche uma aliança com Daniel Vilela para 2026, porém o candidato a senador não está definido. Quer dizer, tanto pode ser o vereador Vitor Hugo quanto o deputado federal Gustavo Gayer. Pelo coração, o ex-presidente fecharia com o amigo Vitor Hugo. Porém, dada a defesa que o deputado faz dele em Brasília e nas redes sociais, Bolsonaro tem hesitado. Portanto, se não for cassado, Gustavo pode ser o candidato a senador. Porém, discordo daqueles que dizem que Vitor Hugo não é tão popular. A força dele, numa disputa majoritária, vai derivar mais do apoio de Bolsonaro. Portanto, ele é tão forte quanto Gustavo”.
Nas conversas com outro aliado, Bolsonaro teria sugerido que não percebe o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, do Republicanos, tão animado com a disputa presidencial. Estaria mais propenso, sob a orientação de Gilberto “José de Paris” Kassab, a disputar a reeleição.
“Observe que a reticência de Tarcísio de Freitas levou Bolsonaro a se aproximar de Ratinho Junior e Ronaldo Caiado. Portanto, o candidato a presidente do bolsonarismo tanto pode ser Eduardo Bolsonaro, do PL, quanto Ronaldo Caiado ou Ratinho Júnior. O fato de o governador goiano ser o mais posicionado e firme nas críticas ao governo de Lula da Silva entusiasma o ex-presidente. Numa conversa, que ouvi, Bolsonaro disse que Caiado dará um bom candidato a presidente e, também, um bom ministro da Justiça”, afirma um bolsonarista de Brasília. (E.F.B.)
