Marcelo de Assis – IG – O ano é 1995 . O cenário, um castelo vampiresco. A intenção: celebrar o rock de Rita Lee. Das escadas, com cabelos repicados e uma capa vermelha, Rita abria o show A Marca da Zorra com a música título, composta por ela e Roberto de Carvalho especialmente para a tour .
Pioneira nesse modelo de shows no Brasil – com tema, cenário e troca de roupas – Rita estava desde a Tour 87/ 88 sem fazer um show daquele porte. E percorreu casas de show, ginásios e estádios do país em uma vitoriosa turnê.
De acordo com o site Vinews do IG , o disco ao vivo, gravado no Rio de Janeiro e produzido por Roberto, ganha uma versão de luxo em vinil duplo , pela Universal Music : um na cor cinza e o outro rosa-choque , ambos marmorizados. O produto está disponível na Umusic Store pelo valor de R$ 299,90 .
Na época de seu lançamento, em 1995, esse foi o último álbum de Rita a sair na trinca analógica LP, K7 e CD . O LP, entretanto, era na versão simples, com menos músicas do que o CD. Agora, nenhuma canção fica de fora.
Outro fato que torna o relançamento especial é o novo projeto gráfico, criado especialmente para essa edição e que traduz todo o clima sombrio do show, que tinha cenário e figurinos assinados por Chico Spinosa .
O design, de Guilherme Francini , traz fotos até então inéditas de Mila Maluhy . E tudo o que uma edição de luxo merece: além dos discos coloridos, capa gatefold, envelopes para os discos e encarte.
Depois da abertura com A Marca da Zorra , o trio de canções é matador: Nem luxo, nem lixo, Dançar pra não dançar e Jardins da Babilônia . A direção musical e os arranjos de Roberto de Carvalho são perfeitos para o clima mais pesado que permeia todo o show.
Na sequência, Rita levitava no palco ao cantar Ando meio desligado . Com uma capa, a ilusão era perfeita e o público vibrava. A vibe teatral de Rita seguia com Vítima, quando ela vagava pelo palco de capa e chapéu cantando à procura de seu misterioso perseguidor. Todas as mulheres do mundo vem a seguir, numa pauleira-feminista que incendeia o palco.
Ouvir o show novamente é uma lembrança viva de um dos inúmeros talentos de Rita: ninguém ocupava o palco como ela . Enquanto a Rainha do Rock fazia outra troca de figurino, Roberto assume o microfone em um ótimo vocal displicente-pauleira para Papai, me empresta o carro . Rita voltava como uma entidade, debaixo de um figurino branco, cantando Atlântida , uma das preferidas dos fãs. Mamãe Natureza vem na sequência e, logo depois, o hino Ovelha Negra .
Miss Brasil 2000 é a próxima. A icônica On the rocks vem em seguida com um arranjo delicioso e vocais urgentes de Rita. Para fechar, o rockão paulista Orra Meu .
Nesse momento, Rita estava vestida de boba da corte (figurino com o qual ela aparece no selo dos discos!). Um jeito apoteótico e perfeito para fechar a celebração à roqueira-mor, que ganha uma edição à altura do legado de nossa deusa.
Viva Rita!
Confira o conteúdo completo de A Marca da Zorra em vinil duplo cinza e rosa :
Disco 1
Lado A
1. A Marca da Zorra
2. Nem Luxo, Nem Lixo
3. Dançar Pra Não Dançar
4. Jardins da Babilônia
Lado B
1. Ando Meio Desligado
2. Vítima
3. Todas As Mulheres do Mundo
Disco 2
Lado A
1. Papai, Me Empresta O Carro
2. Atlântida
3. Mamãe Natureza
4. Ovelha Negra
Disco 2
Lado B
1. Miss Brasil 2000
2. On The Rocks
3. Ôrra Meu