Brasília, 18/11/2024

Apagão monopoliza início do debate da Band entre Boulos e Nunes

No debate da Band desta segunda-feira (14), os candidatos à Prefeitura de São Paulo Guilherme Boulos (Psol) e Ricardo Nunes (MDB) trocaram acusações sobre as responsabilidades pelo apagão que atingiu a cidade na última sexta-feira.

Boulos apontou ainda que um apagão já havia acontecido na cidade em 2023, sem que nada de consistente tenha sido feito pela gestão municipal para evitar uma nova tragédia.

O psolista cobrou o uso de tecnologias disponíveis para monitorar a saúde das árvores, priorizando as podas das mais vulneráveis a tempestades. Outra sugestão é a melhoria de serviços da prefeitura como 156, por onde os cidadãos podem informar sobre a necessidade de manutenção, e a maior celeridade de resposta da gestão municipal, em um mês.

Já o candidato à reeleição colocou a responsabilidade sobre a Enel, empresa italiana que distribui a energia elétrica na capital. Ele também atribuiu à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), uma autarquia ligada ao Ministério de Minas e Energia do governo federal, pela fiscalização, aplicação de multas e o eventual rompimento do contrato com a empresa.

O atual prefeito da capital paulista destacou que, após o apagão de um ano atrás, ele entrou com três ações para pedir rescisão do contrato, mas não houve por parte do governo federal nenhuma ação. “Não podemos mais aceitar a Enel em São Paulo”, disse.

O emedebista disse que enviou à Câmara dos Deputados um projeto de lei que permitiria aos municípios a fiscalização sobre a Enel, e cobrou o adversário, deputado federal, por não ter investido na aprovação da legislação. Nunes também citou que em sua gestão foram criados o Plano Municipal do Clima e a Secretaria Especial de Mudanças Climáticas. Ele enumerou que foram feitas 620 mil podas, e inaugurados 10 parques.

Sobre a responsabilidade federal na questão, Boulos rebateu que atual direção da Aneel foi indicada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), de quem o gestor paulista é aliado. “Para tirar a Enel de São Paulo, precisa de um prefeito com pulso. Não um prefeito vacilante”, disse o psolista, acrescentando que, no apagão do ano passado, Nunes estava no camarote do UFC.

O deputado federal afirmou que criou a CPI da Enel na Câmara, apontando que Nunes não mandou nenhum representante da prefeitura da capital para participar. “A chuva e ventania de sexta-feira durou uma hora. Ficou mais gente sem luz do que na Flórida, nos Estados Unidos, com o Furacão Milton.”

Após as chuvas e vendavais, mais de 2 milhões de pessoas ficaram ser energia na capital e na Região Metropolitana de São Paulo. Cerca de 400 mil imóveis da área seguem sem luz elétrica. A situação já dura mais de 72 horas. O temporal resultou nas mortes de sete pessoas. (Brasil de Fato)

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